ATIVIDADE
DE HISTÓRIA – PROFESSOR SEBASTIÃO ABICEU
A ÁFRICA NEGRA ANTES DOS EUROPEUS:
O Império do Mali e o Reino do Congo.
Entre
os séculos VIII e XVII, a África ao sul do Deserto do Saara era habitada por
vários povos negro-africanos, cada um com seu jeito próprio de ser. Alguns
desses povos construíram impérios e reinos
prósperos e organizados, como o Império do Mali e o Reino do Congo.
O
Império do Mali
Há
poucos documentos escritos sobre o Mali; os vestígios arqueológicos (vasos,
potes, panelas, restos de alimentos e de fogueiras também são reduzidos.
Assim, as principais fontes para o conhecimento do Mali têm sido as histórias
preservadas pelos griots e transmitidas
de boca em boca, dos mais velhos para os mais jovens.
Contam
os griots que, lá pelo início do século XIII, na África Ocidental, o povo mandinga do pequeno reino do Mali foi conquistado e
dominado pelo povo sosso, do
então reino de Gana, cujo rei era muito cruel. Certo dia, os mandingas se
rebelaram e, liderados pelo príncipe Sundiata
Keita, venceram seus opressores na batalha de Kirina, em 1235. Cinco
anos depois, à frente do povo mandinga, Sundiata Keita conquistou Gana e passou a
reinar sobre um extenso território denominado Império do Mali.
História
política
No poder, Sundiata
anexou o reino de Gana e converteu-se ao islamismo. Com o título de mansa, ele organizou o Império do Mali,
dividindo-o em províncias, e deslocou sua capital para Niani, no sul do Mali. De lá partiam duas grandes
estradas: uma que apontava para o norte e outra voltada para o nordeste. Nesta
última, surgiram duas grandes cidades negras: Djenné e Tombuctu.
Cinquenta
anos depois da morte de Sundiata, Abu Bacar I amplia o território do Mali conquistando o reino de Songai. Com seu
sucessor, Kanku Mussá, o Império do Mali chegou a seu apogeu. E, graças a suas
ricas minas de ouro e ao controle das vias de comércio com a Líbia e o Egito,
tornou-se o Estado mais rico da África Ocidental.
Durante
seu reinado, o mansa Kanku Mussá fez sua famosa peregrinação à cidade de Meca,
levando consigo 60 mil pessoas e algumas toneladas de ouro para distribuir
entre os necessitados e presentear outros governantes muçulmanos, como o sultão
do Cairo. A distribuição de ouro foi tanta que o preço desse metal precioso
despencou. Na volta, Kanku Mussá trouxe consigo um grupo de sábios e arquitetos
que colaboraram para a glória do maior Império africano de seu tempo.
TOMBUCTU
Tombuctu
estava situada às margens do Rio Níger, o terceiro maior da África, e servia
como ponto de parada das caravanas que atravessavam o deserto levando e trazendo
produtos africanos e orientais. Por Tombuctu passavam sal e o ouro das minas do
Império do Mali, os tecidos e os grãos, a noz-de-cola das florestas, além de
peles, plumas, marfim e instrumentos de metal.
Ao
longo do século XIV, a cidade tornou-se também um dos mais importantes centros
intelectuais do mundo, reunindo cerca de 150 escolas com milhares de estudantes
vindos de vários lugares. Em Tombuctu foi erguida também a mesquita de Sankoré
e, dentro dela, a universidade de mesmo nome. Os professores eram bem pagos e
podiam dedicar todo o seu tempo ao ensino e à pesquisa. Porém o conhecimento produzido
e ministrado em árabe naquela universidade permaneceu restrito à elite. Não
chegou a incorporar as línguas e culturas locais e, por isso, não foi acessível
à maioria da população.
Economia malinesa
O Mali
era o maior produtor de ouro da África. Além da mineração, os malineses
praticavam a agricultura e o pastoreio. Cultivavam arroz - a espécie nativa do
vale do rio Níger -, milhete, inhame,
algodão, feijão e outros legumes. E, no vale do Níger, criavam bovinos, ovinos
e caprinos. O peixe defumado
complementava sua alimentação. A cada colheita, uma parte simbólica era
oferecida
ao imperador.
O
artesanato era bastante desenvolvido. Os artesãos estavam divididos em grupos
profissionais: marceneiros, cesteiros, ferreiros, barqueiros, tecelões, ourives
etc. Os ourives e os tecelões eram os mais prestigiados. Cada grupo de artesãos
tinha seu representante perante o imperador. Os artesãos malineses eram habilidosos.
Os mercadores malineses (conhecidos como
wangara) comercializavam sobretudo ouro, sal, cobre e nozes-de-cola. No Mali,
o cobre era tão apreciado quanto o ouro. A noz-de-cola também circulava por
todo o Império. Na África Ocidental, os malineses são conhecidos até hoje como
bons comerciantes.
Administração e
poder
No Mali, o imperador era a maior
autoridade, mas seu jeito de conduzir o governo era singular: ele ouvia as
queixas de seus súditos e julgava os casos mais importantes pessoalmente.
O imperador ouvia seus auxiliares (o
conselho) sempre que precisava tomar uma decisão importante. Uma figura de
destaque na corte africana era o griot. Os griots eram procurados por muitos
reis africanos para serem professores particulares de seus filhos. Eles
ensinavam arte, passavam conhecimentos sobre plantas, tradições, história e
davam conselhos aos jovens príncipes.
Quando o imperador do Mali reunia o
conselho, seu griot abria a sessão relatando os feitos de seus antepassados.
Além do griot, havia o chefe das forças armadas e senhor do tesouro, uma
espécie de ministro das finanças, responsável pela guarda dos depósitos de
ouro, marfim, cobre e pedras preciosas.
A política de consulta aos povos do
Império, combinada com um exército bem treinado e o respeito às tradições e
aos costumes dos povos sob seu domínio, contribuiu para que o Império do Mali
durasse cerca de 300 anos e chegasse a ser bastante populoso. No século XlV,
durante seu apogeu, ele chegou a ter 45 milhões de habitantes.
O Mali e os
portugueses
No final do século XV, porém, o Mali, o
mais respeitado Império da África Ocidental, começou a perder território para
outros reinos negros surgidos na região, como o de Songhai. Além disso, em seu
litoral despontou uma nova ameaça: os portugueses. Eles também tinham
experiência na política e no comércio, com uma vantagem: possuíam armas de fogo,
desconhecidas pelos malineses.
Desde o início, o rei de Portugal buscou
ganhar a confiança dos soberanos africanos. Assim, em 1495, D. João 11 enviou
uma embaixada ao Império do Mali, governado na época pelo neto de Kanku Mussá.
A "missão de amizade" levou noticias do Mali para o rei de Portugal,
que logo utilizou essas informações para penetrar mais fundo no território malinês.
Inicialmente, os traficantes portugueses
tentaram eles próprios escravizar as populações da costa africana. Mas, como
essas populações resistiram, eles mudaram de tática: começaram a propor ajuda
militar a chefes africanos que lutavam entre si. Era comum também oferecerem
vantagens comerciais a eles, incentivando-os a se rebelar contra o imperador do
Mali. Um exemplo: com a ajuda portuguesa, o governante da região litorânea de Salum
separou-se do Mali, que, com isso, ficou sem sua porta para o Atlântico. No final
do século XVI, enfraquecido, o Mali foi perdendo territórios e se esfacelando.
O
Reino do Congo
No ano 1000, a África, ao sul da
Linha do Equador, era habitada por povos que falavam línguas banto. Nessa
imensa área, os africanos também formaram reinos poderosos e organizados, entre
os quais o reino do Congo.
Tudo começou quando Nimi Lukeni, chefe do
povo kicongo, atravessou o Rio Zaire (chamado pelos portugueses de Congo) e se
casou com uma mulher do povo ambundo. Desse casamento e da união entre esses
dois povos bantos nasceu, no final do século XIV, o reino do Congo. Nimi Lukeni
recebeu o título Mani Congo, que quer dizer "senhor do Congo".
Pouco a pouco, seus sucessores foram ampliando o território do reino por meio
de conquistas militares e casamentos.
O poder do Mani Congo
O centro
de poder localizava-se em
Mbanza Canga , capital, de onde o Mani Canga exercia
sua autoridade, com o auxílio de doze conselheiros, entre os quais estavam os
coletores de impostos, os secretários reais, os oficiais militares e os juízes.
Assim
como os reis europeus, o rei do Canga possuía seu trono, seus súditos e recebia
impostos, que eram pagos em espécie (sorgo, vinho da palma, metais, frutas,
gado, marfim e peles) e em
dinheiro. A moeda do Canga era o nzimbu, espécie de concha marinha obtida na Ilha de
Luanda. O rei tinha o monopólio sobre sua produção. Mas, enquanto os reis
europeus confiavam as disputas judiciárias aos tribunais reais, o rei do Congo
distribuía, ele próprio, a justiça, numa praça pública. Ele ouvia pessoalmente
as queixas das pessoas e julgava os casos mais graves, como as acusações de
abuso de autoridade ou corrupção por parte dos chefes das províncias.
Vida econômica
A base da economia do Congo eram a agricultura e o
pastoreio. Os congos cultivavam legumes, verduras, frutas e criavam porcos,
bovinos e cabras. O trabalho de semear regar e colher era feito pelas
mulheres. Os homens trabalhavam na derrubada da mata e ajudavam as mulheres na colheita. A terra era do conjunto de pessoas
que viviam nela; o fato de pertencer à
comunidade é que dava ao indivíduo o direito de usar e tirar proveito dela.
Os
congos teciam pano com fibras das folhas de ráfia, um tipo de palmeira; além
disso, forjavam ferro para fazer armas - espadas, facas, lanças - e cobre para
fazer joias. Segundo a tradição, o fundador do reino do Congo era um rei
ferreiro, por isso - trabalhos em ferro eram reservados aos nobres. O ferro era
abundante em diversos pontos do reino. Já o sal, mercadoria rara, era
rigidamente controlado pelo rei.
O comércio no território congo era
intenso. As principais rotas comerciais se dirigiam para a capital: de Luanda
vinha o nzimbu; alimentos,
tecidos de ráfia, cerâmicas e cestos vinham do nordeste; o sal e os peixes
vinham da costa; o cobre vinha do sudeste.
A Sociedade
A
sociedade do Congo era liderada por uma nobreza formada pelos chefes das
principais provinciais, além de mercadores, artesãos, soldados e agricultores,
que compunham a maioria da população. Havia também cativos, ainda que em número
reduzido.
HAVIA ESCRAVIDÃO NA ÁFRICA ANTES DA CHEGADA DOS EUROPEUS?
É muito comum ouvirmos falar que já existia
escravidão na África antes da chegada dos europeus. E, de fato, isso é verdade.
Naquela época (século XV), povos de origem árabe ou bérbere que viviam na
África, ao norte da Linha do Equador, praticavam a captura e venda de negros escravizados.
Estes eram obtidos ao sul do Deserto do Saara e vendidos no Marrocos e no
Egito.
Na
África negra, a situação era outra. Escravizavam-se os criminosos, os que não
pagavam suas dívidas e também os prisioneiros de guerra. A condição dos
escravos na África era, no entanto, muito diferente da dos africanos que mais
tarde foram escravizados no Brasil. Na África, os cativos:
1.
trabalhavam para seus senhores por certo tempo, geralmente de dois a quatro
anos, e recebiam um pedaço de terra para seu sustento;
2.
podiam se casar com pessoas livres. Quando isso ocorria, o ex-cativo tornava-se
membro da família para a qual tinha trabalhado. Seus deveres eram definidos segundo
o costume, e seus filhos não podiam ser vendidos. Já seus netos passavam a ter
todos os direitos das pessoas livres;
3.
desempenhavam funções administrativas e militares.
Após
a chegada dos europeus à costa da África a situação mudou completamente.
Os
europeus ofereciam armas de fogo, pólvora e bebidas alcoólicas aos chefes
africanos; em troca, pediam prisioneiros de guerra para vender como escravos.
Assim, os prisioneiros de guerra passaram a servir como moeda de troca para os
chefes africanos e mercadoria para os traficantes europeus. Isso significou uma
catástrofe para a África e sua gente.
Os congos e os portugueses
Os
congos viviam com seus costumes quando o capitão português Diogo Cão chegou à foz do Rio Congo, em 1483. No primeiro
contato, o rei do Congo, talvez por temor das armas de fogo portuguesas, recebeu-os
cordialmente.
Aproveitando-se disso, os comerciantes portugueses começaram a interferir na
política africana.
Com a morte do rei do Congo, abriu-se uma disputa
pelo trono entre seus dois filhos. Os comerciantes portugueses ajudaram um
deles, Nzinga Mbemba, a vencer o irmão nessa disputa. Logo que começou a
reinar, em 1505, Nzinga Mbemba converteu-se ao cristianismo e adotou o nome
português Affonso. A partir de então, estudou dez anos com os padres em Mbanza Congo , aprendendo
a falar e a escrever bem em português.
Affonso I (1505-1543) procurou adquirir os conhecimentos
e as armas que vinham da Europa, pensando certamente em fortalecer seu reino.
Com essa intenção também enviou jovens africanos para estudar em Portugal e
escreveu ao rei português pedindo que enviasse missionários, médicos e professores
a seu país. De Portugal, porém, vieram principalmente traficantes interessados
em conseguir homens, mulheres e crianças para escravizar e vender.
Ao aperceber-se
disso, o rei africano Affonso I escreveu várias cartas ao rei de Portugal
pedindo que proibisse o comércio de africanos. O rei de Portugal não deu
ouvidos ao rei do Congo e o tráfico continuou intenso. O mani Congo Affonso I,
então, tentou apelar diretamente ao papa, mas assim que seus emissários
chegavam a Lisboa eram detidos e não seguir viagem até o vaticano.
Depois da morte de Affonso I, o reino do
Congo continuou declinando e servindo ao tráfico de seres humanos. Em 1665, os
congos tentaram uma revolta antilusitana, mas foram vencidos por tropas lideradas
pelos portugueses, que passaram, então, a dominar o Congo.
Fonte: BOULOS Júnior, Alfredo. História: Sociedade e
Cidadania, 7° ano.
São Paulo: FTD, 2009. p. 57 a 69.
ATIVIDADE DE APROFUNDAMENTO
CAPITULO 04 - A ÁFRICA NEGRA ANTES DOS EUROPEUS:
IMPÉRIO DO MALI E O REINO DO CONGO
1.
Identifique
as principais fontes utilizadas pelos pesquisadores para conhecerem o Mali.
2.
Justifique
o título do texto da página 62: GRIOTS: “BIBLIOTECAS VIVAS”.
3.
Como
ocorreu incialmente a penetração do Islamismo em território africano?
4.
Que
relação existe entre os berberes e a formação do Império do Mali ou Império
Mandinga?
5.
Como
os griots relatam o surgimento do Império do Mali?
6.
Comparando
os dois mapas da página 64, é possível saber quais países da África ocupam hoje
o antigo Império do Mali?
7.
Identifique
o que influenciou Sundiata Keita aderir ao Islamismo.
8.
Que
medidas foram tomadas por Sundiata Keita para melhor organizar o Império?
9.
Descreva
a importância da cidade de Tombuctu.
10.
O
povo brasileiro tem acesso ao conhecimento desenvolvido nas universidades brasileiras?
Explique sua resposta.
11.
As
descobertas científicas na área da saúde são acessíveis à maioria?
12.
Comente
sobre a peregrinação do Imperador do Mali, Kanku Mussá à Meca.
13.
Faça
um resumo sobre a economia malinesa (mineração, agricultura e pastoreio, artesanato
e comércio).
14.
Comente
sobre a prática política administrativa no Império do Mali.
15.
Identifique
os fatores que contribuíram para a durabilidade do Império do Mali.
16.
Faça
um resumo sobre a presença dos portugueses no Império Mali.
17.
Explique
como conta a tradição sobre o surgimento do Reino Congo.
18.
As
terras do antigo Reino do Congo localizadas hoje em quais países?
19.
Faça
um resumo sobre o poder do Mani Congo.
20.
Faça
um resumo sobre a economia do Congo.
21.
Faça
um resumo sobre a presença portuguesa no Reino Congo.
SUGESTÃO DE VÍDEOS
PARA APROFUNDAMENTO
GRANDES REINOS DA ÁFRICA SUBSAARIANA
A ÁFRICA E OS
AFRICANOS ANTES DOS EUROPEUS
ASTECAS, MAIAS E INCAS
Fontes para o
estudo dos povos americanos
Usamos
diversas fontes para o conhecimento da história dos povos da América antes da
chegada dos europeus, entre as quais cabem citar:
1º) fontes da cultura material (restos de túmulos, templos, objetos de
cerâmica, esculturas, pinturas rupestres etc.): como a maioria dos povos da
América não possuía escrita, os materiais pesquisados pelos arqueólogos
tornam-se as principais fontes para os estudo desses povos.
2º) fontes escritas:
a)
códices: escritos e
desenhos deixados por alguns povos americanos, como, por exemplo, os astecas e
os maias;
b)
textos de europeus que viveram na América, como o trecho a seguir, extraído de uma carta de
Cristovão Colombo: “Não encontrei os
monstros humanos que muitas pessoas esperavam que eu encontrasse. Pelo
contrário, toda a população é muito bem-feita de corpo. Não são negros como na
Guiné, e seu cabelo é liso”. Extraído do site: <www. usp.br/revistausp/30/03-teixeira.pdf.
3º) Fontes
visuais: como
o grande conjunto de imagens deixado por artistas europeus, como Theodore de
Bry, que esteve nas terras onde hoje é o Brasil no século XVI.
Espaço e
diversidade cultural
Por ocasião da chegada de Colombo em 1492, a América
era habitada por cerca de 57 milhões e 300 mil
Pessoas. Essas pessoas pertenciam a povos bem
diferentes entre si, não só na aparência ou no nome, mas também no modo de
viver e pensar. As imagens a seguir mostram objetos da cultura material de
diferentes povos americanos e ajudam-nos a visualizar essa diversidade.
Como se
vê, os povos indígenas que aqui viviam antes do contato com os europeus eram
muitos; neste texto vamos estudar três deles: os astecas, os maias e os incas.
Os astecas
Os astecas, ou mexicas, nome que
eles davam a si próprios, contam o
seguinte mito sobre seus primeiros tempos de vida.
Eles
viviam no norte da América e, certo dia, por serem um povo andarilho, decidiram
deixar Astlán, sua terra natal, e caminhar em direção ao sul. Depois muito
caminhar, avistaram uma águia empoleirada em um cacto, que trazia uma cobra
presa ao bico e a uma de suas patas. Os sacerdotes astecas consideraram aquela
águia um sinal dado por seu deus, Uitzilopochtli (pronuncie bem devagar) de que
era ali que eles deveriam se fixar e recomeçar a vida. E foi o que fizeram.
Já para
os historiadores, os astecas deixaram o norte da América em busca de terras
férteis por volta do século XII. E, depois de uma longa caminhada chegaram ao
fértil Vale do Anahuac, hoje Vale do México, e ocuparam as ilhas ocidentais do
Lago Texcoco, pois as outras já eram habitadas. Em uma dessas ilhas , no ano de
1325, os astecas ergueram a cidade de Tenochtitlán.
Tenochtitlán, a
capital astecas
Aos poucos, Tenochtitlán
cresceu, e os astecas aumentaram seu poder e riqueza conquistando as
cidades vizinhas e constituindo um império
imenso que compreendia o atual México e ia do oceano Pacifico ao Golfo do
México.
Quando os espanhóis chegaram à América, Tenochtitlán era
uma cidade com cerca de 200 mil habitantes, quatro vezes mais do que Londres, a
maior cidade europeia. Era cortada por dezenas de canais, por onde circulavam
barcos carregados de mercadorias, e aquedutos , que traziam água doce das montanhas.
A capital asteca possuía também templos, ruas retas e amplas e um mercado
central rico e movimentado.
Tenochtitlán, a interessante capital asteca, resistiu
e manteve sua autonomia até 1521, data em que foi invadida e conquistada pelos
espanhóis.
A sociedade asteca
No topo da pirâmide social estava o
imperador, considerado um ser semi-divino. Seu poder e sua responsabilidade
eram grandes; em caso de uma seca prolongada, por exemplo, era ele que fornecia
comida e roupa aos necessitados.
Abaixo
do imperador vinham os nobres, que atuavam como sacerdotes, altos funcionários
públicos ou militares tinham enorme prestígio na sociedade asteca – os mais
valentes ingressavam nas importantes ordens militares, como, por exemplo, a dos
cavaleiros-águias.
Abaixo dos
nobres vinham os comerciantes, com destaque
para os atacadistas, especialmente os que trabalhavam com artigos de
luxo. Os comerciantes incentivavam os casamentos dos seus filhos com os filhos
dos nobres a fim de adquirir prestígio. A seguir, vinham os artesãos, que eram
conhecidos por sua habilidade e
requinte. Os artesãos astecas se destacavam também na ourivesaria, na joalheria
e na tecelagem.
Já os
agricultores e os soldados constituíam a maioria da população masculina asteca.
Por fim, havia os escravos, prisioneiros de guerra, condenados pela justiça ou
indivíduos que, por causa de envolvimento com o jogo ou a bebida, tinham sido
escravizados.
Esporte e saúde
Os astecas tinham grande paixão
pelo esporte e praticavam uma série de jogos; um de seus jogos preferidos era o
tlachtli.
O TLACHTLI
O tlachtli era um jogo de bola bastante popular entre
os astecas que lembra tanto o futebol quanto o basquete. As duas equipes
adversárias se enfrentavam em um campo em forma de T maiúsculo. A bola era de
borracha, e bastante pesada, e só podia ser tocada, e só podia ser tocada e lançada
com os joelhos ou os quadris. Os jogadores se esforçavam para fazê-la passar
entre dois anéis de pedra fixados nas muralhas laterais, mais ou menos como nas
cestas de basquete.
No
tocante à saúde, os astecas desenvolveram tratamentos eficientes com base no
grande conhecimento de flora e da fauna locais. O médico do rei espanhol Felipe
II registrou cerca de 1200 plantas usadas pelos astecas para fins medicinais.
As doenças eram atribuídas à vontade dos deuses ou a feitiços. Os astecas
usavam a adivinhação, a oração, mas, ao mesmo tempo, sabiam curar fraturas,
feridas e fazer remédios à base de gordura animal e plantas medicinais para os
mais diversos fins.
Os maias
Os maias viviam na Península de
Yucatán, região que corresponde hoje à Guatemala, Honduras, Belize e ao sul do
México.
Copán é
considerada a mais bela cidade maia. Por sua arquitetura e construções, foi
chamada pelos historiadores de Alexandria do mundo maia. Os maias eram bons construtores
e foram os inventores de um tipo de cimento eficiente, que permitia colar, uma
às outras, as grossas pedras de seus edifícios e estradas.
Ao lado
vemos uma estela (coluna com inscrições,
usada geralmente para adornar urnas mortuárias) maia.
Política
Diferentemente dos astecas, os
maias nunca formaram um grande império, mas, como os astecas, construíram
grandes cidades. As cidades maias, como Chichen-Itzá, Mayapán, Palenque e
Tikal, eram pequenos estados independentes, ou seja, tinham governos, leis e
costumes próprios. Nelas viam-se palácios, estradas com até 10 metros de
largura e templos na forma de pirâmide.
Enquanto
as pirâmides egípcias serviam de túmulos para os imperadores, as pirâmides
maias serviam de esteio para os templos religiosos, erguidos no seu topo. Os
sacerdotes desses templos consideravam-se, assim, mais próximos dos deuses.
Algumas pirâmides chegavam a ter 70 metros de altura.
Sociedade e
economia
A
sociedade maia era hierarquizada: a elite era formada por nobres e sacerdotes;
abaixo deles vinham os artesãos e os trabalhadores livres, agricultores em sua
maioria. Os nobres e os sacerdotes ajudavam o governante máximo de cada cidade
a dirigi-la. Ele tinha o título religioso de Hunac Ceel e era visto pelo povo
como representante dos deuses. Os camponeses acreditavam que, para conseguir boas colheitas, tinham de
pagar impostos e esse governo “sagrado”.
Os
impostos eram pagos com parte do que eles produziam e com trabalhos gratuitos
para o governo (como reparo e construção de estradas).
A
agricultura tinha grande importância na vida dos maias. A maioria deles vivia
no campo, onde cultivavam feijão, abóbora, algodão, cacau, abacate e milho. O
milho era a base de sua alimentação. Eles comiam milho assado, cozido ou na
forma de farinha.
Astronomia
Os maias se destacavam também no
campo da Astronomia. Os astrônomos maias conseguiram prever, com grande
precisão, os eclipses do Sol, descrever as fases de Vênus e elaborar
calendários que facilitavam seu dia a dia. Além disso, conseguiam calcular a
duração do ano quase com a mesma precisão dos cientistas de hoje.
Os incas
Um mito
inca diz que os incas tinham origem divina, por isso eram chamados de filhos do
Sol. Diz também que o Império Inca foi fundado por dois personagens lendários,
Manco Cápac e sua esposa e irmã, Mama Ocilla.
Hoje se
sabe que, por volta do ano 1400, os incas pastoreio nas terras altas
(temperadas e frias) da cidade peruana
de Cuzco. Por volta de 1438, esse grupo de língua quíchua conquistou a
cidade de Cuzco e, nas décadas seguintes, expandiu seus domínios tanto ao norte
quanto ao sul, construindo assim o maior império indígena da América. O
primeiro Sapa Inca (imperador)
chamava-se Pachakuti.
No seu
apogeu, o império possuía cerca de milhares de quilômetros de estradas, que
eram percorridas por corredores a serviço do governo, que se revezavam levando
e trazendo informações e produtos das várias partes do interior para a capital
e vice-versa. Em apenas duas semanas, uma ordem do imperador era transmitida
por toda a extensão do império.
Entre
as principais cidades do Império Inca estavam Cuzco e Machu Picchu. A cidade de
Cuzco, a capital do Império, era famosa por suas construções planejadas, seus
templos decorados e por suas ruas movimentadas.
A
CIDADE PERDIDA DE MACHU PICCHU
A
cidade de Machu Picchu é um exemplo da capacidade dos incas. Erguida nas montanhas,
a cerca de 2400 metros de altitude, sua construção ainda intriga arqueólogos,
pois os incas dispunham apenas de instrumentos rudimentares, não tinham
carroças nem animais capazes de transportar grandes pedras como as que foram
usadas na obra. Escadarias forma cavadas na própria montanha, ligando palácios,
templos, casas e guarnições. Abandonada e
esquecida pouco depois da chegada dos espanhóis, Machu Picchu foi redescoberta
somente em 1911 pelo arqueólogo norte-americano Hiram Bingham, uma das personalidades
que serviram de inspiração para Indiana Jones, o corajoso arqueólogo dos filmes
de Hollywood. Quando Bingham encontrou Machu Picchu, a cidade estava coberta
pela vegetação da floresta, o que conservou as construções praticamente
intactas. Hoje o lugar é visitado todos os anos por milhares de turistas do
mundo todo.
Sociedade e economia
Os incas tinham um
agricultura desenvolvida; utilizavam um sistema de irrigação por canais e uma
técnica agrícola que se aproveitava de terraços cavados nas encostas das
montanhas (sistema de terraços). Os
camponeses constituíam a maioria da população. Cada aldeia era formada por um
conjunto de famílias camponesas unidas por laços de parentesco que recebia o
nome de ayllu; o chefe do ayllu
era o kuraka. Os habitantes do ayllu
plantavam milho, feijão, batata e pastoreavam os ilhamas e as alpacas (animal
de carga semelhante ao Ilhama).
As terras de cada ayllu eram divididas
em três partes: uma para o imperador, uma para os deuses (isto é, para os
sacerdotes) e outra para as famílias camponesas. Além de trabalhar todas as
terras, os camponeses eram obrigados a prestar serviços gratuitos ao Estado
como, por exemplo, reformar e construir estradas, essa obrigação recebia o nome
de mita. As sobras da produção de
alimentos eram estocadas em armazéns ou distribuídas à população nos períodos
de fome causados por inverno rigoroso, chuvas torrenciais, pragas ou epidemias.
O imperador – conhecido como Inca ou
Filho do Sol – era visto como semi-divino e possuía enormes poderes e privilégios;
seu cargo era hereditário. Abaixo dele estavam os sacerdotes e os chefes
militares, todos saídos da nobreza.
Depois vinham os artesãos, os responsáveis
pela cura das doenças, os soldados, os contabilistas, os projetistas e os
funcionários públicos. Esses profissionais viviam em cidades e eram sustentados
pelo governo, que armazenava riquezas com os impostos cobrados das comunidades camponesas.
O KIPU
O
povo inca não desenvolveu a escrita, mas possuía um interessante sistema de
registro: o Kipu. O Kipu era um cordão no qual estavam amarrados vários cordões
menores de cores e tamanhos variados, onde se faziam diferentes tipos de nós.
As
cores dos cordõezinhos permitiam identificar os tipos de objetos. Os nós
indicavam quantidades e datas. O nó mais próximo da ponta do cordãozinho
correspondia à unidade, o seguinte referia-se às dezenas e assim
sucessivamente. Pelo Kipu, o imperador tinha informações sobre a população, a
administração e a economia. O Kipu registrava tipos, quantidades de produtos armazenados,
datas, número de pessoas, animais e armazéns existentes no império. O nome do
armazém e da região representada, bem como outros detalhes, era memorizado por
especialistas treinados para essa tarefa. Durante a conquista da América, os
espanhóis queimaram milhares de Kipus, que certamente poderiam ter-nos revelado
muito sobre os incas e sua história.
Em que direção caminhariam os incas,
os astecas e os maias caso os espanhóis não tivessem interrompido bruscamente
sua trajetória? Isso é coisa que nunca saberemos, mas de sua enorme capacidade
de erguer cidades e viver em um meio que apresenta desafios ninguém pode
duvidar.
Boulos Júnior, Alfredo. História: sociedade & cidadania –
Edição reformulada, 7º ano – 2ª edição – São Paulo: FTD, 2012.
ATIVIDADE DE
APROFUNDAMENTO
ASSUNTO: ASTECAS,
MAIAS E INCAS
1.
Identifique
as principais fontes históricas utilizadas para o estudo dos povos pré-colombianos.
2.
Comente
a explicação do surgimento do povo asteca através do mito e pelo relato
histórico.
3.
Localize
geograficamente a civilização asteca.
4.
Comente
sobre o império Asteca.
5.
Distribua
a sociedade asteca em uma pirâmide.
6.
Identifique
o papel de cada grupo social.
7.
Compare
o Tlachtli com o futebol e identifique as semelhanças e diferenças.
8.
Localize
geograficamente a civilização maia.
9.
Caracterize
os maias nos aspectos políticos, sociais e econômicos.
10.
Leia
o texto sobre os incas e comente-o.
11.
Localize
geograficamente o território ocupado pelo povo inca.
12.
Comente
sobre a cidade de Machu Picchu.
13.
Leia
o texto sobre o sistema de correio inca e comente-o usando suas próprias
palavras.
14.
Caracterize
os incas nos aspectos econômicos e sociais.
15.
Caracterize
os ayllus.
16.
Caracterize
a mita.
17.
Fale
sobre o Kipu.
GRANDES
CIVILIZAÇÕES – IMPÉRIO INCA
GRANDES
CIVILIZAÇÕES – IMPÉRIO ASTECA
GRANDES
CIVILIZAÇÕES – OS MAIAS
O
RENASCIMENTO e o HUMANISMO
O Contexto
A
partir do século XI, a Europa ocidental passou por uma série de mudanças
importantes: aumento da população, avanço técnico, crescimento do comércio com
o Oriente, aparecimento das feiras e das casas bancárias e revigoramento das cidades.
Mercadores circulavam pela Europa em suas caravanas, levando e trazendo
mercadorias de diferentes partes do mundo; os banqueiros trocavam moedas; os
donos de navios aumentavam sua frota.
A
burguesia (mercadores, banqueiros e donos de navios) enriquecida buscava um prestígio
social e político corresponde a sua
riqueza material. Medir, calcular e pesar, experimentar, projetar, operações
essenciais ao sucesso das atividades burguesas, tornaram-se atitudes e
conhecimentos socialmente apreciados.
Essas mudanças
todas que vinham ocorrendo na Europa desde o século XI inspiraram o
Renascimento, um movimento cultural intenso que começou no século XIV, nas
cidades italianas, e se propagou por
várias regiões da Europa.
A ORIGEM DO NOME RENASCIMENTO
Foram os próprios
renascentistas (escritores, pintores e cientistas) que chamaram a sua época de
Renascimento. Eles chamavam a época anterior, a Idade Média, de “Idade das
Trevas”, por considerar que naquela época a cultura tinha praticamente
desaparecido. Os renascentistas acreditavam que, ao ignorar a produção medieval
e valorizar as obras dos gregos e romanos, eles estavam fazendo renascer a
cultura – daí o termo Renascimento. Hoje, essa visão que os renascentistas
tinham da Idade Média já não é mais aceita pelos historiadores.
RENASCIMENTO: CARACTERÍSTICAS
Para melhor
compreender o Renascimento, vamos apresentar, de modo simplificado, algumas de
suas características:
• ANTROPOCENTRISMO: o homem no centro das
atenções; o homem passa a ser visto como “medida de todas as coisas”, como um
ser criativo, virtuoso e capaz de alcançar a glória. Na época medieval,
predominava o teocentrismo (tudo convergia para Deus).
• RACIONALISMO: a razão passou a ser
considerada tão importante quanto a fé, já para os homens da Idade Média, fé é
mais importante do que a razão.
• INDIVIDUALISMO: valoriza-se a capacidade
individual, a arte e o talento de cada pessoa. Atualmente, a palavra
individualismo é usada, muitas vezes, como sinônimo de egoísmo. No
Renascimento, porém, tinha sentido positivo: significava capacidade individual,
o talento e/ou a criatividade de cada um. Foi nessa época que os pintores
passaram a assinar suas obras, a fim de deixar sua marca e conseguir projeção
social.
• HEDONISMO: visão segundo a qual o corpo
é fonte de beleza e de prazer; na época medieval, o corpo era visto como fonte
de pecado.
• UMA NOVA VISÃO DO TEMPO: o tempo
pertence ao homem e este deve usá-lo em benefício próprio, até mesmo para
enriquecer emprestando dinheiro a juros. Já na visão do homem medieval, o tempo
pertence a Deus; por isso é pecado emprestar dinheiro a juros, ou seja, cobrar
pelo tempo em que o dinheiro esteve emprestado.
A NOVA IDEIA DE TEMPO
O homem medieval se guiava pelo ritmo
da natureza. Acordava com o canto do galo, levantava com a luz do sol e parava
de trabalhar quando anoitecia. Ele não se preocupava em medir o tempo.
Acreditava que nada podia fazer para mudar seu destino. Esse já tinha sido
traçado por Deus. Além disso, trabalhando muito ou pouco, o camponês continuava
sendo camponês, e o senhor, senhor.
Com o crescimento do comércio e das
cidades, a situação mudou. O sapateiro tinha uma data certa para entregar os
sapatos encomendados pelo comerciante. O comerciante estabelecia o preço
conforme o pagamento à vista ou a prazo. O banqueiro cobrava juros de acordo
com a duração do empréstimo.
Assim, calcular, dividir e controlar o
tempo passou a ser uma necessidade. Para atender a essa necessidade, surgiu na
Europa do século XV o relógio mecânico.
O HUMANISMO
Neste ambiente de renovação de ideias surgiram os humanistas,
homens que queriam melhorar o ensino nas universidades introduzindo estudos
baseados na razão, no cálculo e na experiência. O movimento liderado por esses
pensadores chamou-se humanismo. No começo, humanista era um termo reservado
apenas aos estudiosos que desejavam criar uma nova cultura centrada no ser
humano.
NORTE DA ITÁLIA, O BERÇO DO
RENASCIMENTO
O Renascimento
começou nas ricas e movimentadas cidades do norte da Itália, como Gênova,
Veneza, Florença e Bolonha.
Essas cidades eram
governadas por famílias milionárias, como os Médici, de Florença, ou os
Bentivoglio, de Bolonha que, para se projetarem socialmente, financiavam
artistas e estudiosos. O homem rico – comerciante, banqueiro, príncipe ou papa
– que financiava um artista ou cientista era chamado de mecenas, isto é,
protetor das artes e das ciências.
PINTORES E ESCULTORES
Os pintores e
escultores do Renascimento são considerados artistas extraordinários. Eles
introduziram inovações que marcaram a história da arte, entre as quais, cabem
citar:
• o realismo na representação da figura
humana e das paisagens, isto é, o esforço em retratá-las exatamente como são
por meio do estudo da Anatomia, Matemática do desenho.
• o domínio da perspectiva, técnica que
permite transmitir a sensação de profundidade. Por meio dela os renascentistas
conseguiam fazer suas obras parecerem tridimensionais.
• a iniciativa de o artista pintar-se a si
próprio (AUTORRETRATO).
Entre os maiores
nomes da pintura renascentista italiana estão Giotto, Sandro Botticelli,
Leonardo da Vinci, Rafael de Sanzio e Michelangelo Buonarroti.
ESCRITORES ITALIANOS
Ao lado dos
pintores e escultores, existiram também grandes escritores italianos, como
Dante Alighieri e Francisco Petrarca.
DANTE escreveu a Divina
Comédia, um longo poema com algumas características medievais e outras modernas
e outras modernas. Quanto ao conteúdo, a obra lembra a Idade Média: é mística –
narra uma história em que o personagem centra luta para conquistar o paraíso celeste.
Porém, em outro aspecto, a Divina Comédia é uma obra moderna: as pessoas com as
quais Dante encontrou no reino dos mortos continuavam agindo como seres
humanos, pois sentiam amor, ódio, alegria, inveja, necessidade de justiça etc.
PETRARCA conhecia profundamente
os autores gregos e romanos e ajudou a divulgá-los na Itália. Em sua principal
obra, o Cancioneiro, ele descreve o seu amor desesperado por Laura. Ela é
retratada como uma mulher real, e não de forma fantasiosa, como se fazia antes.
A EXPANSÃO DO RENASCIMENTO
O Renascimento se
expandiu a partir da Itália para outros países da Europa. Os fatores que
mais contribuíram para a divulgação das obras renascentistas foram a invenção
dos tipos móveis em metal (século XV) e o consequente aperfeiçoamento da imprensa,
o que permitiu a impressão de muitas páginas em pouco tempo. Existiram grandes
nomes do Renascimento em países como Portugal, Espanha, Inglaterra, França,
Holanda e Alemanha.
ESCRITORES
Luís de Camões
(1524-1580) é considerado o maior poeta da língua portuguesa. Sua obra-prima,
Os Lusíadas, é um poema em homenagem ao povo português e conta a viagem do
navegador Vasco da Gama às Índias.
Miguel de
Cervantes (1547-1616). A principal obra deste extraordinário escritor espanhol
foi Dom Quixote. Seus dois principais personagens são Dom Quixote, um nobre
sonhador que quer reviver as glórias dos cavalheiros medievais, e o seu
escudeiro Sancho Pança, que só pensa em dormir, comer bem e possui enorme senso
prático.
Assim, Cervantes
ironiza tanto os ideais da cavalaria medieval, cultivados por Dom Quixote,
quanto o modo de vida burguês, associado a figura de Sancho Pança.
THOMAS MORUS
(1478-1535); escritor e jurista inglês, autor de Utopia, obra na qual critica a
violência e as injustiças de seu tempo, descrevendo uma ilha imaginária,
habitada por uma sociedade justa e fraterna.
WILLIAM
SKAKESPEARE (1564-1616) era inglês e foi um dos maiores autores de peças
teatrais do mundo; criou tragédias, como
Romeu e Julieta, Hamlet, Macbeth; comédias, como Sonho de uma noite de
verão; e obras históricas, como Henrique VIII. Muitas delas foram adaptadas
para o cinema e a televisão.
PINTORES
REMBRANDT
(1609-1669) foi um dos mais talentosos pintores renascentistas dos Países
Baixos (atuais Bélgica e Holanda).
ALBERTO DÜRER (1471-1528) foi o mais original entre os pintores
renascentistas alemães. Dono de uma técnica primorosa, conseguiu transmitir em
suas obras a sensação de realismo, encantamento e magia.
CIENTISTAS DO RENASCIMENTO
ANDREAS
VESALIUS:
pai da anatomia moderna. Na Europa, até meados do século XVI, o que se sabia de
anatomia humana (veias, órgãos, músculos, ossos) era herança do médico grego
Galeno, que viveu e trabalhou na Roma antiga. Galeno fez seus estudos com base
na dissecação de animais, especialmente de macacos, o que o levou a cometer
erros inevitáveis. Tais erros sobreviveram milhares de anos até a publicação,
em 1543, da obra De humani corporais
fábrica, do médico belga, Andreas Versalius que, aos 23 anos, já era
professor na Universidade de Bolonha, na Itália.
GALILEU
GALILEI: considerado
o criador da Física moderna, Galileu Galilei foi um dos mais brilhantes
cientistas que o mundo já conheceu. Descobriu os satélites de Júpiter, os anéis
de Saturno, as manchas do Sol, as fases de Vênus e, também, que a velocidade da
luz é superior à do som.
Na época de
Galileu, os cientistas e os doutores da Igreja defendiam o GEOCENTRISMO, ou
seja, a ideia de que Terra ocupa o centro do Universo e o Sol gira ao seu
redor. Por meio de um pequeno telescópio, Galileu pôde perceber que a Terra
gira ao redor de si mesma e ao redor do Sol. Assim, Galileu Galilei comprovou a
teoria do HELIOCENTRISMO, formulada anteriormente pelo polonês Nicolau
Copérnico.
Para a Igreja, o
que tornava a descoberta de Galileu ainda mais perigosa era o fato de que ele
escrevia suas obras em italiano, a língua do povo, e não em latim, a língua dos
textos científicos. Por defender o heliocentrismo, Galileu foi julgado por um
tribunal da Igreja e, escapar à morte, negou sua teoria.
Referência bibliográfica:
JÚNIOR, Alfredo.
Coleção História: Sociedade & Cidadania. São Paulo.FTD, 2012.p. 146/158
RENASCIMENTO E HUMANISMO – ESTUDO DIRIGIDO
1.
Comente
sobre o Renascimento cientifico.
2.
Por
que a Idade Média foi denominada como a
“Idade das Trevas”?
3.
Leia
com bastante atenção o texto “A NOVA IDEIA DE TEMPO” e logo em seguida descreva a sua mensagem
principal.
4.
Como
podemos definir o Renascimento Cultural?
5.
Explique
em que contexto surgiu o Renascimento.
6.
Quem
eram os Humanistas?
7.
Identifique
os principais pintores e escritores do Renascimento italiano e suas principais
obras.
8.
Explique
porque a Itália foi considerada como o Berço do Renascimento.
9.
Comente
sobre a expansão do Renascimento e identifique os principais renascentistas e
suas obras.
10.
Compare
os valores medievais e renascentistas e identifique suas principais diferenças.
11.
Cite
as principais inovações que marcaram a história da arte renascentista.
RENASCIMENTO E
HUMANISMO
RENASCIMENTO
CULTURAL
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