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sábado, 1 de agosto de 2020

ATIVIDADE DE HISTÓRIA 7º ANO PROFESSOR SEBASTIÃO ABICEU


ATIVIDADE DE HISTÓRIA – PROFESSOR SEBASTIÃO ABICEU
A ÁFRICA NEGRA ANTES DOS EUROPEUS:
O Império do Mali e o Reino do Congo.

          Entre os séculos VIII e XVII, a África ao sul do Deserto do Saara era habitada por vários povos negro-africanos, cada um com seu jeito próprio de ser. Alguns desses povos construíram impérios e  reinos prósperos e organizados, como o Império do Mali e o Reino do Congo.
O Império do Mali
Há poucos documentos escritos sobre o Mali; os vestígios ar­queológicos (vasos, potes, panelas, restos de alimentos e de fo­gueiras também são reduzidos. Assim, as principais fontes para o conhecimento do Mali têm sido as histórias preservadas pelos griots e transmitidas de boca em boca, dos mais velhos para os mais jovens.
Contam os griots que, lá pelo início do século XIII,  na África Ocidental, o povo mandinga do pequeno reino do Mali foi con­quistado e dominado pelo povo sosso, do então reino de Gana, cujo rei era muito cruel. Certo dia, os mandingas se rebelaram e, liderados pelo príncipe Sundiata Keita, venceram seus opressores na batalha de Kirina, em 1235. Cinco anos depois, à frente do povo mandinga,  Sundiata Keita conquistou Gana e passou a reinar sobre um extenso território denominado Império do Mali.

História política
No poder, Sundiata anexou o reino de Gana e converteu-se ao islamismo. Com o título de mansa, ele organizou o Império do Mali, dividindo-o em províncias, e deslocou sua capital para Nia­ni,  no sul do Mali. De lá partiam duas grandes estradas: uma que apontava para o norte e outra voltada para o nordeste. Nesta últi­ma, surgiram duas grandes cidades negras: Djenné e Tombuctu.
Cinquenta anos depois da morte de Sundiata, Abu Bacar I amplia o território do Mali conquistando o reino de Songai. Com seu sucessor, Kanku Mussá, o Império do Mali chegou a seu apogeu. E, graças a suas ricas minas de ouro e ao controle das vias de comércio com a Líbia e o Egito, tornou-se o Estado mais rico da África Ocidental.
Durante seu reinado, o mansa Kanku Mussá fez sua famosa peregrinação à cidade de Meca, levando consigo 60 mil pessoas e algumas toneladas de ouro para distribuir entre os necessitados e presentear outros governantes muçulmanos, como o sultão do Cairo. A distribuição de ouro foi tanta que o preço desse metal precioso despencou. Na volta, Kanku Mussá trouxe consigo um grupo de sábios e arquitetos que colabora­ram para a glória do maior Império africano de seu tempo.

TOMBUCTU
Tombuctu estava situada às margens do Rio Níger, o terceiro maior da África, e servia como ponto de parada das caravanas que atravessavam o deserto levando e trazendo produtos africanos e orientais. Por Tombuctu passavam sal e o ouro das minas do Império do Mali, os tecidos e os grãos, a noz-de-cola das florestas, além de peles, plumas, marfim e instrumentos de metal.
Ao longo do século XIV, a cidade tornou-se também um dos mais importantes centros intelectuais do mundo, reunindo cerca de 150 escolas com milhares de estudantes vindos de vários lugares. Em Tombuctu foi erguida também a mesquita de Sankoré e, dentro dela, a universidade de mesmo nome. Os professores eram bem pagos e podiam dedicar todo o seu tempo ao ensino e à pesquisa. Porém o conhecimento produzido e ministrado em árabe naquela universidade permaneceu restrito à elite. Não chegou a incorporar as línguas e culturas locais e, por isso, não foi acessível à maioria da população.

Economia malinesa
O Mali era o maior produtor de ouro da África. Além da mineração, os malineses praticavam a agricultura e o pastoreio. Culti­vavam arroz - a espécie nativa do vale do rio Níger -, milhete, inhame, algodão, feijão e outros legumes. E, no vale do Níger, criavam bovinos, ovinos e caprinos. O peixe defumado complementava sua alimentação. A cada colheita, uma parte simbólica era
oferecida ao imperador.
O artesanato era bastante desenvolvido. Os artesãos estavam divididos em grupos profissionais: marce­neiros, cesteiros, ferreiros, barqueiros, tecelões, ourives etc. Os ourives e os tecelões eram os mais prestigiados. Cada grupo de artesãos tinha seu representante perante o imperador. Os arte­sãos malineses eram habilidosos.
Os mercadores malineses (conhecidos como wangara) co­mercializavam sobretudo ouro, sal, cobre e nozes-de-cola. No Mali, o cobre era tão apreciado quanto o ouro. A noz-de-cola também circulava por todo o Império. Na África Ocidental, os malineses são conhecidos até hoje como bons comerciantes.

Administração e poder
No Mali, o imperador era a maior autoridade, mas seu jeito de conduzir o governo era singular: ele ouvia as queixas de seus súditos e julgava os casos mais importantes pessoalmente.
O imperador ouvia seus auxiliares (o conselho) sempre que precisava tomar uma decisão importante. Uma figura de destaque na corte africana era o griot. Os griots eram procurados por muitos reis africanos para serem professores particulares de seus filhos. Eles ensinavam arte, passavam conhecimentos sobre plantas, tradições, história e davam conselhos aos jovens príncipes.
Quando o imperador do Mali reunia o conselho, seu griot abria a sessão relatando os feitos de seus antepassados. Além do griot, havia o chefe das forças armadas e senhor do tesouro, uma espécie de ministro das finanças, responsável pela guarda dos ­depósitos de ouro, marfim, cobre e pedras preciosas.
A política de consulta aos povos do Império, combinada com um exército bem trei­nado e o respeito às tradições e aos costumes dos povos sob seu domínio, contribuiu para que o Império do Mali durasse cerca de 300 anos e chegasse a ser bastante populoso. No século XlV, durante seu apogeu, ele chegou a ter 45 milhões de habitantes.

O Mali e os portugueses
No final do século XV, porém, o Mali, o mais respeitado Império da África Ociden­tal, começou a perder território para outros reinos negros surgidos na região, como o de Songhai. Além disso, em seu litoral despontou uma nova ameaça: os portugueses. Eles também tinham experiência na política e no comércio, com uma vantagem: pos­suíam armas de fogo, desconhecidas pelos malineses.
Desde o início, o rei de Portugal buscou ganhar a confiança dos soberanos africa­nos. Assim, em 1495, D. João 11 enviou uma embaixada ao Império do Mali, governa­do na época pelo neto de Kanku Mussá. A "missão de amizade" levou noticias do Mali para o rei de Portugal, que logo utilizou essas informações para penetrar mais fundo no território malinês.
Inicialmente, os traficantes portugueses tentaram eles próprios escravizar as popu­lações da costa africana. Mas, como essas populações resistiram, eles mudaram de tática: começaram a propor ajuda militar a chefes africanos que lutavam entre si. Era comum também oferecerem vantagens comerciais a eles, incentivando-os a se rebelar contra o imperador do Mali. Um exemplo: com a ajuda portuguesa, o governante da região litorânea de Salum separou-se do Mali, que, com isso, ficou sem sua porta para o Atlântico. No final do século XVI, enfraquecido, o Mali foi perdendo territórios e se esfacelando.

O Reino do Congo
No ano 1000, a África, ao sul da Linha do Equador, era habita­da por povos que falavam línguas banto. Nessa imensa área, os africanos também formaram reinos poderosos e organizados, en­tre os quais o reino do Congo.
Tudo começou quando Nimi Lukeni, chefe do povo kicongo, atravessou o Rio Zaire (chamado pelos portugueses de Congo) e se casou com uma mulher do povo ambundo. Desse casamento e da união entre esses dois povos bantos nasceu, no final do século XIV, o reino do Congo. Nimi Lukeni recebeu o título Mani Congo, que quer dizer "senhor do Congo". Pouco a pouco, seus sucessores foram ampliando o território do reino por meio de conquistas mi­litares e casamentos.

O poder do Mani Congo
O centro de poder localizava-se em Mbanza Canga, capital, de onde o Mani Canga exercia sua autoridade, com o auxílio de doze conselheiros, entre os quais estavam os coletores de impostos, os secretários reais, os oficiais militares e os juízes.
Assim como os reis europeus, o rei do Canga possuía seu trono, seus súditos e re­cebia impostos, que eram pagos em espécie (sorgo, vinho da palma, metais, frutas, gado, marfim e peles) e em dinheiro. A moeda do Canga era o nzimbu, espécie de concha marinha obtida na Ilha de Luanda. O rei tinha o monopólio sobre sua produ­ção. Mas, enquanto os reis europeus confiavam as disputas judiciárias aos tribunais reais, o rei do Congo distribuía, ele próprio, a justiça, numa praça pública. Ele ouvia pessoalmente as queixas das pessoas e julgava os casos mais graves, como as acusações de abuso de autoridade ou corrupção por parte dos chefes das províncias.

Vida econômica
A base da economia do Congo eram a agricultura e o pastoreio. Os congos cultivavam legumes, verduras, frutas e criavam porcos, bovinos e cabras. O trabalho de sem­ear regar e colher era feito pelas mulheres. Os homens trabalhavam na derrubada da mata e ajudavam as mulheres na colheita. A terra era do conjunto de pessoas que viviam nela; o fato de pertencer à comunidade é que dava ao indivíduo o direito de usar e tirar proveito dela.
Os congos teciam pano com fibras das folhas de ráfia, um tipo de palmeira; além disso, forjavam ferro para fazer armas - espadas, facas, lanças - e cobre para fazer joias. Segundo a tradição, o fundador do reino do Congo era um rei ferreiro, por isso - trabalhos em ferro eram reservados aos nobres. O ferro era abundante em diversos pontos do reino. Já o sal, mercadoria rara, era rigidamente controlado pelo rei.
O comércio no território congo era intenso. As principais rotas comerciais se dirigi­am para a capital: de Luanda vinha o nzimbu; alimentos, tecidos de ráfia, cerâmicas e cestos vinham do nordeste; o sal e os peixes vinham da costa; o cobre vinha do sudeste.

A Sociedade
          A sociedade do Congo era liderada por uma nobreza formada pelos chefes das principais provinciais, além de mercadores, artesãos, soldados e agricultores, que compunham a maioria da população. Havia também cativos, ainda que em número reduzido.

HAVIA ESCRAVIDÃO NA ÁFRICA ANTES DA CHEGADA DOS EUROPEUS?

É muito comum ouvirmos falar que já existia escravidão na África antes da chegada dos europeus. E, de fato, isso é verdade. Naquela época (século XV), povos de origem árabe ou bérbere que viviam na África, ao norte da Linha do Equador, praticavam a captura e venda de negros escravizados. Estes eram obtidos ao sul do Deserto do Saara e vendidos no Marrocos e no Egito.
Na África negra, a situação era outra. Escravizavam-se os criminosos, os que não pagavam suas dívidas e também os prisioneiros de guerra. A condição dos escravos na África era, no entanto, muito diferente da dos africanos que mais tarde foram escravizados no Brasil. Na África, os cativos:
1. trabalhavam para seus senhores por certo tempo, geralmente de dois a quatro anos, e recebiam um pedaço de terra para seu sustento;
2. podiam se casar com pessoas livres. Quando isso ocorria, o ex-cativo tornava-se membro da família para a qual tinha trabalhado. Seus deveres eram definidos segundo o costume, e seus filhos não podiam ser vendidos. Já seus netos passavam a ter todos os direitos das pessoas livres;
3. desempenhavam funções administrativas e militares.
Após a chegada dos europeus à costa da África a situação mudou completamente.
Os europeus ofereciam armas de fogo, pólvora e bebidas alcoólicas aos chefes africanos; em troca, pediam prisioneiros de guerra para vender como escravos. Assim, os prisioneiros de guerra passaram a servir como moeda de troca para os chefes africanos e mercadoria para os traficantes europeus. Isso significou uma catástrofe para a África e sua gente.

Os congos e os portugueses
Os congos viviam com seus costumes quando o capitão português Diogo Cão chegou à foz do Rio Congo, em 1483. No primeiro contato, o rei do Congo, talvez por temor das armas de fogo portuguesas, rece­beu-os cordialmente. Aproveitando-se disso, os comerciantes portu­gueses começaram a interferir na política africana.
Com a morte do rei do Congo, abriu-se uma disputa pelo trono entre seus dois filhos. Os comerciantes portugueses ajudaram um deles, Nzinga Mbemba, a vencer o irmão nessa disputa. Logo que começou a reinar, em 1505, Nzinga Mbemba conver­teu-se ao cristianismo e adotou o nome português Affonso. A partir de então, estu­dou dez anos com os padres em Mbanza Congo, aprendendo a falar e a escrever bem em português.
           Affonso I (1505-1543) procurou adquirir os co­nhecimentos e as armas que vinham da Europa, pen­sando certamente em fortalecer seu reino. Com essa intenção também enviou jovens africanos para estu­dar em Portugal e escreveu ao rei português pedindo que enviasse missionários, médicos e professores a seu país. De Portugal, porém, vieram principalmente traficantes interessados em conseguir homens, mu­lheres e crianças para escravizar e vender.
Ao aperceber-se disso, o rei africano Affonso I es­creveu várias cartas ao rei de Portugal pedindo que proibisse o comércio de africanos. O rei de Portugal não deu ouvidos ao rei do Congo e o tráfico conti­nuou intenso. O mani Congo Affonso I, então, tentou apelar diretamente ao papa, mas assim que seus emissários chegavam a Lisboa eram detidos e não seguir viagem até o vaticano.
Depois da morte de Affonso I, o reino do Congo continuou declinando e servindo ao tráfico de seres humanos. Em 1665, os congos tentaram uma revol­ta antilusitana, mas foram vencidos por tropas lide­radas pelos portugueses, que passaram, então, a do­minar o Congo.

Fonte: BOULOS Júnior, Alfredo. História: Sociedade e Cidadania, 7° ano.
São Paulo: FTD, 2009. p. 57 a 69.

ATIVIDADE DE APROFUNDAMENTO
CAPITULO 04 - A ÁFRICA NEGRA ANTES DOS EUROPEUS: IMPÉRIO DO MALI E O REINO DO CONGO
1.             Identifique as principais fontes utilizadas pelos pesquisadores para conhecerem o Mali.
2.             Justifique o título do texto da página 62: GRIOTS: “BIBLIOTECAS VIVAS”.
3.             Como ocorreu incialmente a penetração do Islamismo em território africano?
4.             Que relação existe entre os berberes e a formação do Império do Mali ou Império Mandinga?
5.             Como os griots relatam o surgimento do Império do Mali?
6.             Comparando os dois mapas da página 64, é possível saber quais países da África ocupam hoje o antigo Império do Mali?
7.             Identifique o que influenciou Sundiata Keita aderir ao Islamismo.
8.             Que medidas foram tomadas por Sundiata Keita para melhor organizar o Império?
9.             Descreva a importância da cidade de Tombuctu.
10.         O povo brasileiro tem acesso ao conhecimento desenvolvido nas universidades brasileiras? Explique sua resposta.
11.         As descobertas científicas na área da saúde são acessíveis à maioria?
12.         Comente sobre a peregrinação do Imperador do Mali, Kanku Mussá à Meca.
13.         Faça um resumo sobre a economia malinesa (mineração, agricultura e pastoreio, artesanato e comércio).
14.         Comente sobre a prática política administrativa no Império do Mali.
15.         Identifique os fatores que contribuíram para a durabilidade do Império do Mali.
16.         Faça um resumo sobre a presença dos portugueses no Império Mali.
17.         Explique como conta a tradição sobre o surgimento do Reino Congo.
18.         As terras do antigo Reino do Congo localizadas hoje em quais países?
19.         Faça um resumo sobre o poder do Mani Congo.
20.         Faça um resumo sobre a economia do Congo.
21.         Faça um resumo sobre a presença portuguesa no Reino Congo.

SUGESTÃO DE VÍDEOS PARA APROFUNDAMENTO

GRANDES REINOS DA ÁFRICA SUBSAARIANA

A ÁFRICA E OS AFRICANOS ANTES DOS EUROPEUS



ASTECAS, MAIAS E INCAS

Fontes para o estudo dos povos americanos
          Usamos diversas fontes para o conhecimento da história dos povos da América antes da chegada dos europeus, entre as quais cabem citar:
          1º) fontes da cultura material (restos de túmulos, templos, objetos de cerâmica, esculturas, pinturas rupestres etc.): como a maioria dos povos da América não possuía escrita, os materiais pesquisados pelos arqueólogos tornam-se as principais fontes para os estudo desses povos.
          2º) fontes escritas:
a)             códices: escritos e desenhos deixados por alguns povos americanos, como, por exemplo, os astecas e os maias;
b)            textos de europeus que viveram na América, como o  trecho a seguir, extraído de uma carta de Cristovão Colombo: “Não encontrei os monstros humanos que muitas pessoas esperavam que eu encontrasse. Pelo contrário, toda a população é muito bem-feita de corpo. Não são negros como na Guiné, e seu cabelo é liso”. Extraído do site: <www. usp.br/revistausp/30/03-teixeira.pdf.
3º) Fontes visuais: como o grande conjunto de imagens deixado por artistas europeus, como Theodore de Bry, que esteve nas terras onde hoje é o Brasil no século XVI.
Espaço e diversidade cultural
Por ocasião da chegada de Colombo em 1492, a América era habitada por cerca de 57 milhões e 300 mil
Pessoas. Essas pessoas pertenciam a povos bem diferentes entre si, não só na aparência ou no nome, mas também no modo de viver e pensar. As imagens a seguir mostram objetos da cultura material de diferentes povos americanos e ajudam-nos a visualizar essa diversidade.
          Como se vê, os povos indígenas que aqui viviam antes do contato com os europeus eram muitos; neste texto vamos estudar três deles: os astecas, os maias e os incas.
Os astecas
          Os astecas, ou mexicas, nome que eles davam  a si próprios, contam o seguinte mito sobre seus primeiros tempos de vida.
          Eles viviam no norte da América e, certo dia, por serem um povo andarilho, decidiram deixar Astlán, sua terra natal, e caminhar em direção ao sul. Depois muito caminhar, avistaram uma águia empoleirada em um cacto, que trazia uma cobra presa ao bico e a uma de suas patas. Os sacerdotes astecas consideraram aquela águia um sinal dado por seu deus, Uitzilopochtli (pronuncie bem devagar) de que era ali que eles deveriam se fixar e recomeçar a vida. E foi o que fizeram.
          Já para os historiadores, os astecas deixaram o norte da América em busca de terras férteis por volta do século XII. E, depois de uma longa caminhada chegaram ao fértil Vale do Anahuac, hoje Vale do México, e ocuparam as ilhas ocidentais do Lago Texcoco, pois as outras já eram habitadas. Em uma dessas ilhas , no ano de 1325, os astecas ergueram a cidade de Tenochtitlán.

Tenochtitlán, a capital astecas
          Aos poucos,  Tenochtitlán  cresceu, e os astecas aumentaram seu poder e riqueza conquistando as cidades vizinhas e constituindo um império imenso que compreendia o atual México e ia do oceano Pacifico ao Golfo do México.
Quando os espanhóis chegaram à América, Tenochtitlán     era uma cidade com cerca de 200 mil habitantes, quatro vezes mais do que Londres, a maior cidade europeia. Era cortada por dezenas de canais, por onde circulavam barcos carregados de mercadorias, e aquedutos , que traziam água doce das montanhas. A capital asteca possuía também templos, ruas retas e amplas e um mercado central rico e movimentado.
Tenochtitlán, a interessante capital asteca, resistiu e manteve sua autonomia até 1521, data em que foi invadida e conquistada pelos espanhóis.
A sociedade asteca
          No topo da pirâmide social estava o imperador, considerado um ser semi-divino. Seu poder e sua responsabilidade eram grandes; em caso de uma seca prolongada, por exemplo, era ele que fornecia comida e roupa aos necessitados.
          Abaixo do imperador vinham os nobres, que atuavam como sacerdotes, altos funcionários públicos ou militares tinham enorme prestígio na sociedade asteca – os mais valentes ingressavam nas importantes ordens militares, como, por exemplo, a dos cavaleiros-águias.
          Abaixo dos nobres vinham os comerciantes, com destaque  para os atacadistas, especialmente os que trabalhavam com artigos de luxo. Os comerciantes incentivavam os casamentos dos seus filhos com os filhos dos nobres a fim de adquirir prestígio. A seguir, vinham os artesãos, que eram conhecidos por sua habilidade  e requinte. Os artesãos astecas se destacavam também na ourivesaria, na joalheria e na tecelagem.
          Já os agricultores e os soldados constituíam a maioria da população masculina asteca. Por fim, havia os escravos, prisioneiros de guerra, condenados pela justiça ou indivíduos que, por causa de envolvimento com o jogo ou a bebida, tinham sido escravizados.
Esporte e saúde
          Os astecas tinham grande paixão pelo esporte e praticavam uma série de jogos; um de seus jogos preferidos era o tlachtli.
O TLACHTLI
          O tlachtli era um jogo de bola bastante popular entre os astecas que lembra tanto o futebol quanto o basquete. As duas equipes adversárias se enfrentavam em um campo em forma de T maiúsculo. A bola era de borracha, e bastante pesada, e só podia ser tocada, e só podia ser tocada e lançada com os joelhos ou os quadris. Os jogadores se esforçavam para fazê-la passar entre dois anéis de pedra fixados nas muralhas laterais, mais ou menos como nas cestas de basquete.
          No tocante à saúde, os astecas desenvolveram tratamentos eficientes com base no grande conhecimento de flora e da fauna locais. O médico do rei espanhol Felipe II registrou cerca de 1200 plantas usadas pelos astecas para fins medicinais. As doenças eram atribuídas à vontade dos deuses ou a feitiços. Os astecas usavam a adivinhação, a oração, mas, ao mesmo tempo, sabiam curar fraturas, feridas e fazer remédios à base de gordura animal e plantas medicinais para os mais diversos fins.
Os maias
          Os maias viviam na Península de Yucatán, região que corresponde hoje à Guatemala, Honduras, Belize e ao sul do México.
          Copán é considerada a mais bela cidade maia. Por sua arquitetura e construções, foi chamada pelos historiadores de Alexandria do mundo maia. Os maias eram bons construtores e foram os inventores de um tipo de cimento eficiente, que permitia colar, uma às outras, as grossas pedras de seus edifícios e estradas.
          Ao lado vemos uma estela (coluna com inscrições, usada geralmente para adornar urnas mortuárias) maia.
Política
          Diferentemente dos astecas, os maias nunca formaram um grande império, mas, como os astecas, construíram grandes cidades. As cidades maias, como Chichen-Itzá, Mayapán, Palenque e Tikal, eram pequenos estados independentes, ou seja, tinham governos, leis e costumes próprios. Nelas viam-se palácios, estradas com até 10 metros de largura e templos na forma de pirâmide.
          Enquanto as pirâmides egípcias serviam de túmulos para os imperadores, as pirâmides maias serviam de esteio para os templos religiosos, erguidos no seu topo. Os sacerdotes desses templos consideravam-se, assim, mais próximos dos deuses. Algumas pirâmides chegavam a ter 70 metros de altura.
Sociedade e economia
          A sociedade maia era hierarquizada: a elite era formada por nobres e sacerdotes; abaixo deles vinham os artesãos e os trabalhadores livres, agricultores em sua maioria. Os nobres e os sacerdotes ajudavam o governante máximo de cada cidade a dirigi-la. Ele tinha o título religioso de Hunac Ceel e era visto pelo povo como representante dos deuses. Os camponeses acreditavam que,  para conseguir boas colheitas, tinham de pagar impostos e esse governo “sagrado”.
          Os impostos eram pagos com parte do que eles produziam e com trabalhos gratuitos para o governo (como reparo e construção de estradas).
          A agricultura tinha grande importância na vida dos maias. A maioria deles vivia no campo, onde cultivavam feijão, abóbora, algodão, cacau, abacate e milho. O milho era a base de sua alimentação. Eles comiam milho assado, cozido ou na forma de farinha.
Astronomia
          Os maias se destacavam também no campo da Astronomia. Os astrônomos maias conseguiram prever, com grande precisão, os eclipses do Sol, descrever as fases de Vênus e elaborar calendários que facilitavam seu dia a dia. Além disso, conseguiam calcular a duração do ano quase com a mesma precisão dos cientistas de hoje.
Os incas
          Um mito inca diz que os incas tinham origem divina, por isso eram chamados de filhos do Sol. Diz também que o Império Inca foi fundado por dois personagens lendários, Manco Cápac e sua esposa e irmã, Mama Ocilla.
          Hoje se sabe que, por volta do ano 1400, os incas pastoreio nas terras altas (temperadas e frias) da cidade peruana  de Cuzco. Por volta de 1438, esse grupo de língua quíchua conquistou a cidade de Cuzco e, nas décadas seguintes, expandiu seus domínios tanto ao norte quanto ao sul, construindo assim o maior império indígena da América. O primeiro Sapa Inca (imperador) chamava-se Pachakuti.
          No seu apogeu, o império possuía cerca de milhares de quilômetros de estradas, que eram percorridas por corredores a serviço do governo, que se revezavam levando e trazendo informações e produtos das várias partes do interior para a capital e vice-versa. Em apenas duas semanas, uma ordem do imperador era transmitida por toda a extensão do império.
          Entre as principais cidades do Império Inca estavam Cuzco e Machu Picchu. A cidade de Cuzco, a capital do Império, era famosa por suas construções planejadas, seus templos decorados e por suas ruas movimentadas.


A CIDADE PERDIDA DE MACHU PICCHU
          A cidade de Machu Picchu é um exemplo da capacidade dos incas. Erguida nas montanhas, a cerca de 2400 metros de altitude, sua construção ainda intriga arqueólogos, pois os incas dispunham apenas de instrumentos rudimentares, não tinham carroças nem animais capazes de transportar grandes pedras como as que foram usadas na obra. Escadarias forma cavadas na própria montanha, ligando palácios, templos, casas e guarnições.  Abandonada e esquecida pouco depois da chegada dos espanhóis, Machu Picchu foi redescoberta somente em 1911 pelo arqueólogo norte-americano Hiram Bingham, uma das personalidades que serviram de inspiração para Indiana Jones, o corajoso arqueólogo dos filmes de Hollywood. Quando Bingham encontrou Machu Picchu, a cidade estava coberta pela vegetação da floresta, o que conservou as construções praticamente intactas. Hoje o lugar é visitado todos os anos por milhares de turistas do mundo todo.
Sociedade e economia
          Os incas tinham um agricultura desenvolvida; utilizavam um sistema de irrigação por canais e uma técnica agrícola que se aproveitava de terraços cavados nas encostas das montanhas (sistema de terraços). Os camponeses constituíam a maioria da população. Cada aldeia era formada por um conjunto de famílias camponesas unidas por laços de parentesco que recebia o nome de ayllu; o chefe do ayllu era  o kuraka. Os habitantes do ayllu plantavam milho, feijão, batata e pastoreavam os ilhamas e as alpacas (animal de carga semelhante ao Ilhama).
          As terras de cada ayllu eram divididas em três partes: uma para o imperador, uma para os deuses (isto é, para os sacerdotes) e outra para as famílias camponesas. Além de trabalhar todas as terras, os camponeses eram obrigados a prestar serviços gratuitos ao Estado como, por exemplo, reformar e construir estradas, essa obrigação recebia o nome de mita. As sobras da produção de alimentos eram estocadas em armazéns ou distribuídas à população nos períodos de fome causados por inverno rigoroso, chuvas torrenciais, pragas ou epidemias.
          O imperador – conhecido como Inca ou Filho do Sol – era visto como semi-divino e possuía enormes poderes e privilégios; seu cargo era hereditário. Abaixo dele estavam os sacerdotes e os chefes militares, todos saídos da nobreza.
          Depois vinham os artesãos, os responsáveis pela cura das doenças, os soldados, os contabilistas, os projetistas e os funcionários públicos. Esses profissionais viviam em cidades e eram sustentados pelo governo, que armazenava riquezas com os impostos cobrados das comunidades camponesas.
O KIPU
          O povo inca não desenvolveu a escrita, mas possuía um interessante sistema de registro: o Kipu. O Kipu era um cordão no qual estavam amarrados vários cordões menores de cores e tamanhos variados, onde se faziam diferentes tipos de nós.
          As cores dos cordõezinhos permitiam identificar os tipos de objetos. Os nós indicavam quantidades e datas. O nó mais próximo da ponta do cordãozinho correspondia à unidade, o seguinte referia-se às dezenas e assim sucessivamente. Pelo Kipu, o imperador tinha informações sobre a população, a administração e a economia. O Kipu registrava tipos, quantidades de produtos armazenados, datas, número de pessoas, animais e armazéns existentes no império. O nome do armazém e da região representada, bem como outros detalhes, era memorizado por especialistas treinados para essa tarefa. Durante a conquista da América, os espanhóis queimaram milhares de Kipus, que certamente poderiam ter-nos revelado muito sobre os incas e sua história.
          Em que direção caminhariam os incas, os astecas e os maias caso os espanhóis não tivessem interrompido bruscamente sua trajetória? Isso é coisa que nunca saberemos, mas de sua enorme capacidade de erguer cidades e viver em um meio que apresenta desafios ninguém pode duvidar.

Boulos Júnior, Alfredo. História: sociedade & cidadania – Edição reformulada, 7º ano – 2ª edição – São Paulo: FTD, 2012.

ATIVIDADE DE APROFUNDAMENTO  

ASSUNTO: ASTECAS, MAIAS E INCAS

1.              Identifique as principais fontes históricas utilizadas para o estudo dos povos pré-colombianos.
2.              Comente a explicação do surgimento do povo asteca através do mito e pelo relato histórico.
3.              Localize geograficamente a civilização asteca.
4.              Comente sobre o império Asteca.
5.              Distribua a sociedade asteca em uma pirâmide.
6.              Identifique o papel de cada grupo social.
7.              Compare o Tlachtli com o futebol e identifique as semelhanças e diferenças.
8.              Localize geograficamente a civilização maia.
9.              Caracterize os maias nos aspectos políticos, sociais e econômicos.
10.          Leia o texto sobre os incas  e comente-o.
11.          Localize geograficamente o território ocupado pelo povo inca.
12.          Comente sobre a cidade de Machu Picchu.
13.          Leia o texto sobre o sistema de correio inca e comente-o usando suas próprias palavras.
14.          Caracterize os incas nos aspectos econômicos e sociais.
15.          Caracterize os ayllus.
16.          Caracterize a mita.
17.          Fale sobre o Kipu.

GRANDES CIVILIZAÇÕES – IMPÉRIO INCA

GRANDES CIVILIZAÇÕES – IMPÉRIO ASTECA

GRANDES CIVILIZAÇÕES – OS MAIAS


O RENASCIMENTO e o HUMANISMO

O Contexto
         A partir do século XI, a Europa ocidental passou por uma série de mudanças importantes: aumento da população, avanço técnico, crescimento do comércio com o Oriente, aparecimento das feiras e das casas bancárias e revigoramento das cidades. Mercadores circulavam pela Europa em suas caravanas, levando e trazendo mercadorias de diferentes partes do mundo; os banqueiros trocavam moedas; os donos de navios aumentavam sua frota.
          A burguesia (mercadores, banqueiros e donos de navios) enriquecida buscava um prestígio social  e político corresponde a sua riqueza material. Medir, calcular e pesar, experimentar, projetar, operações essenciais ao sucesso das atividades burguesas, tornaram-se atitudes e conhecimentos socialmente apreciados.
Essas mudanças todas que vinham ocorrendo na Europa desde o século XI inspiraram o Renascimento, um movimento cultural intenso que começou no século XIV, nas cidades italianas, e se  propagou por várias regiões da Europa.

A ORIGEM DO NOME RENASCIMENTO
Foram os próprios renascentistas (escritores, pintores e cientistas) que chamaram a sua época de Renascimento. Eles chamavam a época anterior, a Idade Média, de “Idade das Trevas”, por considerar que naquela época a cultura tinha praticamente desaparecido. Os renascentistas acreditavam que, ao ignorar a produção medieval e valorizar as obras dos gregos e romanos, eles estavam fazendo renascer a cultura – daí o termo Renascimento. Hoje, essa visão que os renascentistas tinham da Idade Média já não é mais aceita pelos historiadores.

RENASCIMENTO: CARACTERÍSTICAS
Para melhor compreender o Renascimento, vamos apresentar, de modo simplificado, algumas de suas características:
        ANTROPOCENTRISMO: o homem no centro das atenções; o homem passa a ser visto como “medida de todas as coisas”, como um ser criativo, virtuoso e capaz de alcançar a glória. Na época medieval, predominava o teocentrismo (tudo convergia para Deus).
        RACIONALISMO: a razão passou a ser considerada tão importante quanto a fé, já para os homens da Idade Média, fé é mais importante do que a razão.
        INDIVIDUALISMO: valoriza-se a capacidade individual, a arte e o talento de cada pessoa. Atualmente, a palavra individualismo é usada, muitas vezes, como sinônimo de egoísmo. No Renascimento, porém, tinha sentido positivo: significava capacidade individual, o talento e/ou a criatividade de cada um. Foi nessa época que os pintores passaram a assinar suas obras, a fim de deixar sua marca e conseguir projeção social.
        HEDONISMO: visão segundo a qual o corpo é fonte de beleza e de prazer; na época medieval, o corpo era visto como fonte de pecado.
        UMA NOVA VISÃO DO TEMPO: o tempo pertence ao homem e este deve usá-lo em benefício próprio, até mesmo para enriquecer emprestando dinheiro a juros. Já na visão do homem medieval, o tempo pertence a Deus; por isso é pecado emprestar dinheiro a juros, ou seja, cobrar pelo tempo em que o dinheiro esteve emprestado.
A NOVA IDEIA DE TEMPO
          O homem medieval se guiava pelo ritmo da natureza. Acordava com o canto do galo, levantava com a luz do sol e parava de trabalhar quando anoitecia. Ele não se preocupava em medir o tempo. Acreditava que nada podia fazer para mudar seu destino. Esse já tinha sido traçado por Deus. Além disso, trabalhando muito ou pouco, o camponês continuava sendo camponês, e o senhor, senhor.
          Com o crescimento do comércio e das cidades, a situação mudou. O sapateiro tinha uma data certa para entregar os sapatos encomendados pelo comerciante. O comerciante estabelecia o preço conforme o pagamento à vista ou a prazo. O banqueiro cobrava juros de acordo com a duração do empréstimo.
          Assim, calcular, dividir e controlar o tempo passou a ser uma necessidade. Para atender a essa necessidade, surgiu na Europa do século XV o relógio mecânico.

O HUMANISMO
Neste ambiente  de renovação de ideias surgiram os humanistas, homens que queriam melhorar o ensino nas universidades introduzindo estudos baseados na razão, no cálculo e na experiência. O movimento liderado por esses pensadores chamou-se humanismo. No começo, humanista era um termo reservado apenas aos estudiosos que desejavam criar uma nova cultura centrada no ser humano.

NORTE DA ITÁLIA, O BERÇO DO RENASCIMENTO
O Renascimento começou nas ricas e movimentadas cidades do norte da Itália, como Gênova, Veneza, Florença e Bolonha.
Essas cidades eram governadas por famílias milionárias, como os Médici, de Florença, ou os Bentivoglio, de Bolonha que, para se projetarem socialmente, financiavam artistas e estudiosos. O homem rico – comerciante, banqueiro, príncipe ou papa – que financiava um artista ou cientista era chamado de mecenas, isto é, protetor das artes e  das ciências.

PINTORES E ESCULTORES
Os pintores e escultores do Renascimento são considerados artistas extraordinários. Eles introduziram inovações que marcaram a história da arte, entre as quais, cabem citar:
        o realismo na representação da figura humana e das paisagens, isto é, o esforço em retratá-las exatamente como são por meio do estudo da Anatomia, Matemática do desenho.
        o domínio da perspectiva, técnica que permite transmitir a sensação de profundidade. Por meio dela os renascentistas conseguiam fazer suas obras parecerem tridimensionais.
        a iniciativa de o artista pintar-se a si próprio (AUTORRETRATO).

Entre os maiores nomes da pintura renascentista italiana estão Giotto, Sandro Botticelli, Leonardo da Vinci, Rafael de Sanzio e Michelangelo Buonarroti.

ESCRITORES ITALIANOS
Ao lado dos pintores e escultores, existiram também grandes escritores italianos, como Dante Alighieri e Francisco Petrarca.
DANTE escreveu a Divina Comédia, um longo poema com algumas características medievais e outras modernas e outras modernas. Quanto ao conteúdo, a obra lembra a Idade Média: é mística – narra uma história em que o personagem centra luta para conquistar o paraíso celeste. Porém, em outro aspecto, a Divina Comédia é uma obra moderna: as pessoas com as quais Dante encontrou no reino dos mortos continuavam agindo como seres humanos, pois sentiam amor, ódio, alegria, inveja, necessidade de justiça etc.
PETRARCA conhecia profundamente os autores gregos e romanos e ajudou a divulgá-los na Itália. Em sua principal obra, o Cancioneiro, ele descreve o seu amor desesperado por Laura. Ela é retratada como uma mulher real, e não de forma fantasiosa, como se fazia antes.

A EXPANSÃO DO RENASCIMENTO
O Renascimento se expandiu a partir da  Itália  para outros países da Europa. Os fatores que mais contribuíram para a divulgação das obras renascentistas foram a invenção dos tipos móveis em metal (século XV) e o consequente aperfeiçoamento da imprensa, o que permitiu a impressão de muitas páginas em pouco tempo. Existiram grandes nomes do Renascimento em países como Portugal, Espanha, Inglaterra, França, Holanda e Alemanha.

ESCRITORES
Luís de Camões (1524-1580) é considerado o maior poeta da língua portuguesa. Sua obra-prima, Os Lusíadas, é um poema em homenagem ao povo português e conta a viagem do navegador Vasco da Gama às Índias.
Miguel de Cervantes (1547-1616). A principal obra deste extraordinário escritor espanhol foi Dom Quixote. Seus dois principais personagens são Dom Quixote, um nobre sonhador que quer reviver as glórias dos cavalheiros medievais, e o seu escudeiro Sancho Pança, que só pensa em dormir, comer bem e possui enorme senso prático.
Assim, Cervantes ironiza tanto os ideais da cavalaria medieval, cultivados por Dom Quixote, quanto o modo de vida burguês, associado a figura de Sancho Pança.
THOMAS MORUS (1478-1535); escritor e jurista inglês, autor de Utopia, obra na qual critica a violência e as injustiças de seu tempo, descrevendo uma ilha imaginária, habitada por uma sociedade justa e fraterna.
WILLIAM SKAKESPEARE (1564-1616) era inglês e foi um dos maiores autores de peças teatrais do mundo; criou tragédias, como  Romeu e Julieta, Hamlet, Macbeth; comédias, como Sonho de uma noite de verão; e obras históricas, como Henrique VIII. Muitas delas foram adaptadas para o cinema e a televisão.

PINTORES
REMBRANDT (1609-1669) foi um dos mais talentosos pintores renascentistas dos Países Baixos (atuais Bélgica e Holanda).
ALBERTO DÜRER (1471-1528)  foi o mais original entre os pintores renascentistas alemães. Dono de uma técnica primorosa, conseguiu transmitir em suas obras a sensação de realismo, encantamento e magia.


CIENTISTAS DO RENASCIMENTO
ANDREAS VESALIUS: pai da anatomia moderna. Na Europa, até meados do século XVI, o que se sabia de anatomia humana (veias, órgãos, músculos, ossos) era herança do médico grego Galeno, que viveu e trabalhou na Roma antiga. Galeno fez seus estudos com base na dissecação de animais, especialmente de macacos, o que o levou a cometer erros inevitáveis. Tais erros sobreviveram milhares de anos até a publicação, em 1543, da obra De humani corporais fábrica, do médico belga, Andreas Versalius que, aos 23 anos, já era professor na Universidade de Bolonha, na Itália.
GALILEU GALILEI: considerado o criador da Física moderna, Galileu Galilei foi um dos mais brilhantes cientistas que o mundo já conheceu. Descobriu os satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as manchas do Sol, as fases de Vênus e, também, que a velocidade da luz é superior à do som.
Na época de Galileu, os cientistas e os doutores da Igreja defendiam o GEOCENTRISMO, ou seja, a ideia de que Terra ocupa o centro do Universo e o Sol gira ao seu redor. Por meio de um pequeno telescópio, Galileu pôde perceber que a Terra gira ao redor de si mesma e ao redor do Sol. Assim, Galileu Galilei comprovou a teoria do HELIOCENTRISMO, formulada anteriormente pelo polonês Nicolau Copérnico.
Para a Igreja, o que tornava a descoberta de Galileu ainda mais perigosa era o fato de que ele escrevia suas obras em italiano, a língua do povo, e não em latim, a língua dos textos científicos. Por defender o heliocentrismo, Galileu foi julgado por um tribunal da Igreja e, escapar à morte, negou sua teoria.

Referência bibliográfica:
JÚNIOR, Alfredo. Coleção História: Sociedade & Cidadania. São Paulo.FTD, 2012.p. 146/158

RENASCIMENTO E HUMANISMO – ESTUDO DIRIGIDO
1.              Comente sobre o Renascimento cientifico.
2.              Por que a Idade Média foi denominada  como a “Idade das Trevas”?
3.              Leia com bastante atenção o texto “A NOVA IDEIA DE TEMPO” e  logo em seguida descreva a sua mensagem principal.
4.              Como podemos definir o Renascimento Cultural?
5.              Explique em que contexto surgiu o Renascimento.
6.              Quem eram os Humanistas?
7.              Identifique os principais pintores e escritores do Renascimento italiano e suas principais obras.
8.              Explique porque a Itália foi considerada como o Berço do Renascimento.
9.              Comente sobre a expansão do Renascimento e identifique os principais renascentistas e suas obras.
10.          Compare os valores medievais e renascentistas e identifique suas principais diferenças.
11.          Cite as principais inovações que marcaram a história da arte renascentista.

RENASCIMENTO E HUMANISMO

RENASCIMENTO CULTURAL




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