A IDADE
MODERNA
A
Idade Moderna é o período histórico em que as monarquias europeias
constituíram-se e fortaleceram-se, expandindo seu poder para os cinco
continentes do mundo. Com as grandes navegações iniciadas no século XV, as
diversas partes do planeta começaram a se integrar nessa época.
O
início da Idade Moderna aconteceu com a tomada da cidade de Constantinopla
pelos Turcos- Otomanos, em 1453, e encerrou-se com a queda da Bastilha e a
Revolução Francesa, em 1789. Marcou também esse período o Renascimento
Cultural, que revolucionou as artes e as ciências, através de figuras
históricas, como Leonardo da Vinci e Michelangelo.
A descoberta da América e as rotas comerciais
com a África e a Ásia criaram as bases de acumulação de capital necessárias
ao desenvolvimento do capitalismo
no período histórico posterior. Entretanto, essas mudanças econômicas
ocorreram à custa da vida
de milhões de seres humanos, principalmente ameríndios e africanos escravizados. No aspecto religioso, o
cristianismo católico deixou de deter
o monopólio religioso na Europa com o advento
da Reforma Protestante.
ORIENTAÇÃO:
O(A)
aluna(a) deverá ler o texto com bastante atenção e em seguida, fazer um resumo
no caderno EXPLICANDO O QUE FOI A CHAMADA IDADE MODERNA.
Igreja e Cultura Medieval
Por Felipe Araújo
Fortalecida
desde o fim do Império Romano, a Igreja Católica teve sua influência ampliada
quando os francos, tribos germânicas que adentraram o espaço do império romano,
converteram-se ao cristianismo. No contexto das sociedades medievais, a Igreja
respondia por muitos aspectos da unidade cultural como, por exemplo: fé cristã
e língua latina. De acordo com o historiador Hilário Franco Jr., a Igreja
sintetizou elementos da cultura romana e germânica, ao fazer isso, “forjou a unidade
espiritual, essencial para a civilização medieval”.
Segundo
Gilberto Cotrim, em seu livro História Global, os sacerdotes enriqueciam à
custa de doações feitas pelos fiéis, que acreditavam receber, em troca disto,
recompensas no pós morte. Cotrim ainda ex- plica que as congregações religiosas
controlavam um terço das terras cultiváveis europeias e, por serem tão
poderosas, impunham seus valores na vida dos cidadãos.
Além
de influenciar a população com seus dogmas, a Igreja controlava também a
educação. Ao final do século XII, as universidades estavam extremamente ligadas
à Igreja, que influenciava diretamente no conteúdo passado aos jovens. As
universidades de Roma, Coimbra, Oxford, Paris e Salerno eram as de maior
destaque.
Além
de ter sua cultura dominada pelos valores religiosos da Igreja, a cultura
medieval é lembrada por diversos outros aspectos. Na arquitetura, os estilos
românico e gótico marcaram época. O primeiro apre- senta traços simples e
rigorosos, muros bem reforçados, janelas estreitas e pilares grossos. Já o estilo gótico era mais
leve, elegante e apresentava traços mais verticais. As janelas sempre recebiam
ornamen- tos de vidro com mosaicos coloridos, além da boa iluminação, paredes
angulosas, altas; e pilares mais extensos. Um bom exemplo da cultura
arquitetônica gótica é a catedral de Reims, em Paris.
Na
pintura, o domínio era de figuras humanizadas de divindades. Neste período
destacam-se Giotto di Bondone, pintor e arquiteto italiano; e Cenni di Petro
Cimabue pintor florentino e criador de mosaicos. Na música, houve também
influência da Igreja, sendo o estilo sacro o de maior destaque. Nomes como
Gregório Magno, introdutor do canto gregoriano; e Guido d’Arezzo, que batizou
as sete notas musicais, foram extremamente importantes para o desenvolvimento
da música erudita. Também se destacaram os trovadores e menestréis da música
popular. Os primeiros eram compositores e poetas românticos “popu- larescos”,
já os segundos eram os acompanhantes dos trovadores.
Outro
campo que se desenvolveu bastante foi a literatura. Havia a épica, que contava
histórias de heróis e suas aventuras; e a lírica, mais sobre sentimentos e
emoções. Um grande nome da literatura medieval foi o italiano Dante Alighieri, com sua mais importante obra, A Divina Comédia. No campo filosófico, os nomes mais conhecidos
foram: Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino e Roger Bacon.
COTRIM, Gilberto. História
Global: Brasil e geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2005.
O(a) aluno(a) deverá ler com bastante atenção o texto
e em seguida responder em seu caderno as ques- tões abaixo.
1.
Como o historiador Gilberto Cotrim descreve a Igreja e seus sacerdotes
nos parágrafos 2 e 3?
2.
Além de ter sua cultura dominada pelos valores religiosos da Igreja, a
cultura medieval é lembra- da por diversos outros aspectos. Na arquitetura,
pelos estilos românico e gótico. Caracterize os dois estilos citados na afirmativa.
3.
Comente sobre a pintura, a música e literatura no contexto medieval.
Grandes Navegações
As Grandes Navegações, também conhecidas como Expansão
Marítima, foram o processo de exploração e navegação do Oceano Atlântico que se
iniciou no século XV e estendeu-se até o século XVI. Nesse período, os europeus
descobriram novos caminhos marítimos para alcançar a Ásia. Além disso, chegaram
pela primeira vez a terras até então desconhecidas por eles, como o continente
americano, local ao qual chegaram em 1492.
Resumo
As Grandes Navegações foram o processo de
exploração do Oceano Atlântico realizado pioneiramente por Portugal no século
XV e acompanhado por outros países europeus ao longo do XVI. Levaram a uma
série de “descobrimentos” por parte dos europeus e resultaram, por fim, na
chegada europeia ao continente americano em 1500.
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Por meio das Grandes Navegações, iniciou-se a colonização da
América e consolidou-se a passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
Grandes navegações portuguesas
Quando o assunto são as Grandes Navegações,
o pioneirismo português sempre se destaca. Foi a partir do exemplo dado por
Portugal que outros países da Europa, como Espanha e França, lançaram-se à
navegação e exploração do Oceano Atlântico. O pioneirismo português foi
resultado de uma série de condições que permitiram a esse pequeno país da
Península Ibérica lançar-se nessa empreitada.
Na época, Portugal reunia condições
políticas, econômicas, comerciais e geográficas que tornaram possível seu papel
pioneiro. O resultado disso foi a “descoberta” de diversos locais desconhecidos
pelos europeus, além da abertura de novas rotas e o surgimento de novas
possibilidades de comércio. Para os portugueses, todo esse processo culminou na
chegada da expedição de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500.
Alguns fatores explicam esse pioneirismo de Portugal:
Monarquia consolidada; Território unificado;
Investimento no desenvolvimento de conhecimento náutico;
Interesse da sociedade na expansão do comércio; Investimentos estrangeiros no
comércio;
Posição
geográfica.
No século XV, Portugal era uma nação
politicamente estável. Essa estabilidade foi garantida pela Revolução de Avis,
realizada entre 1383 e 1385. Com isso, Portugal teve melhores condições para
investir no desenvolvimento do comércio e da tecnologia náutica. Em comparação,
as nações vizinhas (Espanha, França e Inglaterra) ainda procuravam estabilidade
política nesse mesmo período.
Outro fator era a questão territorial, uma vez que o
território português já havia sido consolidado desde o século XIII, quando a
região de Algarve foi reconquistada dos mouros (muçulmanos que invadiram a
Península Ibérica no século VIII). Os vizinhos espanhóis, por exemplo, só
garantiram certa unificação territorial no final do século XV.
Em relação à tecnologia e ao conhecimento
náutico, existem muitos historiadores que atribuem uma grande importância à
Escola de Sagres, centro de estudos construído por infante D. Henrique em
Algarve. Nesse local, promoviam-se pesquisas de desenvolvimento de melhores
técnicas de navegação. Novos estudos, porém, levaram alguns historiadores a
questionar a existência e a importância dessa escola no pioneirismo de
Portugal. “Ainda como fatores
tecnológicos para as Grandes Navegações, vale a pena acrescentar o conhecimento
do astrolábio, da bússola, do quadrante e da
pólvora”.
Outro fator importante foi a
relevância comercial assumida por Portugal por volta do século XV. Essa
importância e vocação comercial dos portugueses resultaram da influência dos
mouros no período em que
dominaram a Península
Ibérica. Por fim, há que se destacar que Lisboa havia recebido grandes
investimentos de comerciantes genoveses, que estavam interessados em
transformar a cidade em um grande centro comercial.
Havia ainda a questão geográfica: Portugal estava
posicionado mais a oeste que qualquer outra nação europeia. Além disso, era o
país europeu mais próximo da costa oeste do continente africano. Isso fazia de
Portugal ponto de partida para expedições que buscavam uma nova rota para
alcançar a Índia e o tão valorizado comércio das especiarias.
A soma de todos esses fatores fez com que Portugal
tivesse as condições necessárias para ser a nação pioneira das Grandes
Navegações, processo que resultou em grandes “descobertas”:
1415: conquista
de Ceuta, no norte da África; 1418: chegada à Ilha da Madeira;
1427: chegada a Açores;
1434: travessia do Cabo Bojador;
1488: travessia do Cabo da Boa Esperança;
1499:
descobrimento de um novo caminho para a Índia; 1500: chegada ao Brasil.
Grandes navegações espanholas
Ao longo de todo o século XV, a Espanha, nação vizinha de
Portugal, assistiu à expansão marítima conduzida pelos portugueses. A Espanha
manteve-se alheia a esse processo até, praticamente, o final do século
XV. Isso ocorreu
porque a nação espanhola, durante toda parte desse século, teve como grande
prioridade garantir a expulsão dos mouros – o que foi concluído somente em
1492. Além disso, politicamente falando, a Espanha só atingiu certa
estabilidade com o casamento dos monarcas Fernando e Isabel, em 1469.
O investimento em expedições marítimas só foi possível
depois da conquista de Granada, cidade ao sul da Espanha, em 1492. A primeira
expedição espanhola foi liderada pelo genovês Cristóvão Colombo. Nela, três
embarcações (Niña, Pinta e Santa María) saíram da Espanha visando a alcançar a
Ásia. No entanto, essa expedição alcançou a região das Bahamas, no continente
americano, em 12 de outubro de 1492.
Consequências
As Grandes Navegações conduziram uma série de mudanças
que já estavam em curso na Europa desde o século XII. Com esse processo, a
Europa iniciou sua passagem para a Idade Moderna e deu prosseguimento ao
fortalecimento do comércio e da moeda, garantindo, assim, o mercantilismo,
práticas econômicas que fizeram a transição do feudalismo para o capitalismo.
As Grandes Navegações foram responsáveis por transformar
Portugal na maior potência do mundo
durante os séculos XV e XVI, por meio do grandioso império ultramarino formado
pelos portugueses. Assim, Portugal estabeleceu colônias em diferentes partes do
mundo: América do Sul, África e Ásia.
ORIENTAÇÃO:
O(A) aluna(a) deverá ler o texto com bastante atenção e em
seguida, resolver no caderno a questões abaixo.
1. O que foram as Grandes Navegações?
2.
Quando elas aconteceram?
3.
Identifique as inovações
tecnológicas que contribuíram para as Grandes
Navegações.
4.
Quais foram os fatores de causa
das Grandes Navegações?
5.
Por que Portugal foi pioneiro nas
Grandes Navegações?
6. Descreva as Grandes Navegações espanhola.
7.
Quais eram as especiarias das
Índias mais valorizadas nas Grandes Navegações?
8.
Quais foram as consequências das
Grandes Navegações?
AS GRANDES NAVEGAÇÕES
Você já imaginou o que é viajar para
lugares distantes em embarcações frágeis
e pequenas? Viajar em barcos lotados e com pouco espaço para os tonéis de água?
Viajar sem nenhuma certeza do caminho? Pois bem, esses foram alguns dos
desafios enfrentados pelos europeus durante as Grandes Navegações: conjunto de
viagens de longa distância feitas pelos
europeus durante os séculos XV e XVI.
Enfrentando perigos
Para velejar em alto-mar, os europeus do
século XV enfrentaram perigos reais e imaginários.
Entre os perigos reais estavam os ventos
desfavoráveis, a ameaça de encalhe, os lugares desconhecidos, a fome, a doença
e a sede nos navios.
Os perigos imaginários também eram
muitos, como, por exemplo, a crença de que a terra era achatada como uma pizza
e que aquele que se afastasse muito do litoral cairia em um abismo; de que na
altura da linha do equador os navios se incendiariam; de que o mar era habitado
por monstros terríveis etc.
Motivos das Grandes Navegações
Se
era assim tão perigoso, por que, então, os europeus se lançaram às Grandes
Navegações?
O motivo principal foi o desejo de
conseguir as especiarias e os artigos de luxo orientais na fonte; isto é, no
próprio Oriente.
No século XIV, o rico comércio com o
Oriente era controlado em grande parte por árabes e italianos. Os árabes
traziam os produtos do Oriente até os portos do Mediterrâneo. Ali, os
mercadores italianos compravam esses produtos das mãos dos árabes muçulmanos e
os revendiam na Europa com grande lucro.
Com o Mediterrâneo era controlado pelos
italianos, só reserva uma alternativa a quem quisesse participar do comércio de
especiarias: buscar um novo caminho para
o Oriente. Além da motivação econômica, havia também a religiosa: o desejo
de expandir a fé cristã para outros continentes. A liderança na expansão
marítima rumo ao Oriente coube aos portugueses.
Portugal, o primeiro nas Grandes
Navegações
Vários motivos contribuíram para Portugal
se tornar o pioneiro nas Grandes Navegações:
a)
Portugal foi o primeiro país a possuir uma
Monarquia centralizada; um rei com controle sobre todo o território nacional.
b)
Há tempos os portugueses praticavam a pesca e
venda de sardinha, bacalhau e atum, o que estimulou o surgimento de uma
burguesia próspera nas cidades litorâneas portuguesas, como Porto, Setúbal e Lisboa.
c)
O desenvolvimento de técnicas e de conhecimentos
necessários à navegação, como o aperfeiçoamento de mapas e, portulanos, da
bússola e a intervenção da caravela.
A CARAVELA
Sabe-se
hoje que foram os portugueses os primeiros a projetar e construir uma caravela,
fato ocorrido entre 1430 e 1440. Sabe-se também que as caravelas significaram
um grande avanço técnico, pois, além de serem ligeiras e fáceis de manobrar,
podiam entrar em rios, contornar bancos de areia e zarpar com certa velocidade
no caso de um ataque.
Navegando com os portugueses
Os
portugueses acreditavam que chegariam ao
Oriente contornando a África. Mas, inicialmente, esperavam obter lucros
conquistando Ceuta, um importante ponto de comércio entre árabes e italianos,
situado no norte da África. Porém, a conquista de Ceuta, em 1415, não trouxe os
lucros esperados, pois os árabes desviaram suas caravanas para outros pontos da
África.
Diante disso,
os portugueses decidiram planejar o passo seguinte com mais cuidado. Com o
apoio de capitães experientes de estudiosos
e de construtores de navios, os portugueses iniciaram o périplo africano, isto
é, o contorno da África para chegar ao Oriente.
Com a chegada
de Vasco da Gama à Índia, 1498, os portugueses realizavam seu maior sonho:
chegar ao Oriente contornando a África. Ao regressar a Lisboa, Vasco da Gama
trouxe consigo uma fortuna em pimenta, canela e gengibre. A venda dessas
especiarias possibilitou aos investidores um lucro extraordinário (alguns
historiadores falam em 600%).
Aberto o
caminho marítimo para o Oriente, partia de Lisboa todos os anos uma expedição
que ia até a cidade de Goa, na Índia, buscar as cobiçadas especiarias. Em
poucos anos, o negócio das especiarias, com destaque para a pimenta, tornou-se
principal fonte de renda do governo de Portugal.
A concorrência espanhola
Os reis
espanhóis Fernanda e Isabel também se aplicavam na busca de um novo caminho
marítimo para o Oriente. Em 1492, esses reis aprovaram o audacioso plano do
navegador genovês Cristóvão Colombo. O plano de Colombo consistia em buscar o
Oriente navegando em direção ao Ocidente, isto é, dando a volta em torno do
mundo. Colombo acreditava que a Terra era redonda. Além disso, julgava que ela
fosse menor do que é. O que ele não sabia, porém, é que no meio do caminho
havia outro continente.
Colombo saiu
do porto de Palos com três caravelas (Santa Maria, Pinta e Niña) e, depois de
velejar cerca de dois meses, embalado por fortes ventos favoráveis, teve uma
grata surpresa - encontrou um continente “novo” para os
europeus: a América. Era 12 de outubro de 1492. Mas, como pensou ter chegado às
Índias, chamou de “índios” os diferentes povos que habitavam essas terras havia
milhares de anos.
DESCOBERTA, ENCONTRO OU INVASÃO.
Mais de 500
anos depois da chegada de Colombo nas Bahamas, na América Central, uma pergunta
continua no ar: 12 de outubro de 1492 foi o dia da descoberta, do encontro ou
da invasão da América pelos europeus?
Não se pode
dizer que Colombo descobriu a América, afirmam os historiadores, pois, quando
ele aqui chegou pela primeira vez, o continente americano era habitado por
milhões de indígenas.
O historiador
mexicano Miguel León Portilla sugeriu, então, que 12 de outubro de 1492 devia
ser visto como dia do “encontro de dois mundos”: o mundo americano e o europeu.
Já outros
estudiosos discordam dele: preferem dizer que o número de mortes de ameríndios
no contato com os europeus foi tão elevado que o dia da chegada de Colombo deve
ser considerado como o dia da invasão da América pelos europeus.
A notícia
sobre as terras americanas quase causou uma guerra entre a ESPANHA E PORTUGAL,
já que ambos queriam ter direitos sobre elas. Depois de discussões prolongadas,
esses países chegaram a um acordo, assinando em 1494 o Tratado de Tordesilhas. Esse tratado riscou no mapa uma linha
imaginária a 370 léguas das ilhas do Cabo Verde. As terras a oeste dela
pertenceriam à Espanha; as localizadas a lestes seriam de Portugal.
França,
Inglaterra e Holanda não aceitaram o Tratado de Tordesilhas e continuaram a
enviar expedições para a América, África e Ásia. Portugal, por sua vez,
avançava na construção de um enorme império marítimo-comercial, o mesmo fazendo
a Espanha.
Cabral toma posse das terras brasileiras
Animado com o
lucro da viagem de Vasco da Gama, o rei de Portugal, D. Manuel, decidiu enviar
outra expedição às Índias, a fim de firmar o comércio português com o Oriente.
Essa
esquadra, caminhada pelo nobre Pedro Álvares Cabral, partiu de Lisboa em 09 de
março de 1500. Era formada de 13 navios (10 naus e três caravelas) e cerca de
1500 pessoas, incluindo escrivão, cartógrafos, padres, soldados e navegadores
experientes, como Bartolomeu Dias, o primeiro europeu a contornar a África.
O rei
encarregou Cabral de tomar posse das terras que encontrasse pelo caminho. Por
isso, Cabral ordenou aos pilotos da sua esquadra que se afastasse do litoral
africano, velejando cada vez mais em direção ao Ocidente.
Depois de 43
dias no mar, os tripulantes avistaram pássaros e algas marinhas, sinal de que
havia terra por perto. Finalmente, na tarde do dia seguinte, 22 de abril de
1500, uma quarta-feira, avistaram um monte verde-azulado de formas
arredondadas, ao qual deram o nome de Montes Pascoal, pois era semana da
Páscoa.
Os
portugueses desembarcaram junto a uma aldeia do povo Tupiniquim, no lugar onde
é hoje Porto Seguro, na Bahia. Lá fincaram uma cruz de madeira para dizer que
daquela data em diante aquelas terras eram deles. Depois de tomar posse,
estabelecer contato com os indígenas e ordenar a celebração da primeira missa,
Cabral enviou uma navio de volta levando a carta de Pêro Vaz de Caminha, o
escrivão de sua armada.
A carta de
Caminha é um importante documento histórico. Leia a seguir um trecho que fala
da nossa terra:
Nesta terra, até agora, não pudemos saber se existe ouro, nem prata,
nem coisa alguma de metal ou ferro. Porém, a terra em si é de bons ares, assim
frios e temperados. As águas são muitas e infinitas. A terra é tão grandiosa
que, querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem.
Porém, o melhor fruto que podemos tirar dela, me parece, será salvar
esta gente, tornando-a cristã.
E, desta maneira, aqui conto a Vossa Alteza o que vi nessa Vossa terra.
Ingleses, franceses e holandeses
Ingleses,
franceses e holandeses também cobiçavam as especiarias orientais. Para chegar a
elas, navegavam em direção ao Oriente por diversos caminhos.
Em 1497, o
navegador genovês Giovanni Caboto, navegando a serviço da Inglaterra, tentou em
vão encontrar uma passagem para o Oriente pelo extremo norte. Nesta viagem,
Caboto explorou alguns pontos da América do Norte.
Em 1534, foi
a vez de o navegador francês Jacques Cartier buscar uma passagem para o Oriente
pelo extremo norte. Ele explorou o Rio São Lourenço e tomou posse, em nome do
rei da França, de parte dos atuais Canadá e Estados Unidos. Tanto os ingleses
quanto os franceses daquela época dedicavam-se à pirataria, erguendo várias
feitorias na África e na Ásia. Os franceses chegaram a invadir o Brasil duas
vezes.
A Holanda
lançou-se às navegações só no final do século XVI. Mas, em poucas décadas,
conquistou áreas ricas em especiarias em diversos continentes: região do Cabo
(África), Java, Ceilão e Ilhas Molucas ( Ásia ), Nova Amsterdã (atual Nova
York), Antilhas e Nordeste do Brasil (América ).
As Grandes
Navegações provocaram importantes mudanças no cenário mundial:
a)
o comércio ganhou proporções mundiais;
b)
o Atlântico passou a ser mais importante que o
Mediterrâneo como via de comércio. Com isso, assistiram-se ao declínio das
cidades italianas e à ascensão dos países banhados pelo Atlântico, com
Portugal, Espanha, Inglaterra, França e Holanda;
c)
os europeus ergueram vastos impérios coloniais e
se apropriaram da riqueza dos povos africanos, asiáticos e ameríndios;
d)
europeus, africanos, ameríndios e asiáticos de
conviver cada vez mais com as diferenças entre si.
n Referência bibliográfica:
n JÚNIOR, Alfredo. Coleção História:
Sociedade & Cidadania. São Paulo. FTD, 2009.
ORIENTAÇÃO:
A partir da leitura do texto
acima, responda as questões abaixo.
1.
Faça
uma comparação entre as viagens marítimas atuais com aquelas realizadas no
passado.
2.
Faça
uma lista citando os perigos imaginários e reais enfrentados pelos navegantes
europeus do século XV.
3.
Se
navegar era tão perigoso, por que os europeus se lançaram nas Grandes
Navegações?
4.
Explique
como funcionava o comércio no mar Mediterrâneo.
5.
Além
da motivação econômica, que outra
motivação existia para a expansão marítima europeia?
6.
Identifique
as principais razões para o pioneirismo
português nas Grandes Navegações.
7.
Identifique
a rota escolhida pelos portugueses para alcançar as Índias orientais.
8.
Identifique
as principais viagens empreendidas pelos portugueses durante as chamadas
Grandes Navegações.
9.
Comente
sobre a viagem de Vasco da Gama.
10.
Comente
sobre a aventura marítima empreendida por Cristovão Colombo.
11.
Doze
de outubro de 1492 foi o dia da descoberta, do encontro ou da invasão da
América? Explique.
12.
Comente
sobre o Tratado de Tordesilhas.
13.
Todos
os demais países passaram a respeitar o acordo feito entre Espanha e Portugal,
denominado Tratado de Tordesilhas. Comente está afirmativa.
14.
Faça
um resumo da viagem de Pedro Álvares Cabral.
15.
A
Carta escrita por Pero Vaz de Caminha é considera como a certidão de nascimento
do Brasil.
a)
O
que se pode concluir pela leitura da primeira frase?
b)
Em
que trecho da carta se percebe a intenção dos portugueses em expandir sua
religião?
c)
Em
que trecho o escrivão diz que considera
a nova terra propriedade do rei de Portugal?
16.
Comente
sobre as viagens empreendidas pelos ingleses, franceses e holandeses com o
objetivo de chegar ao oriente.
17.
Identifique
as mudanças trouxeram as Grandes Navegações?
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