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sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Atividades de História 6º Ano - Professor Sebastião Abiceu

 

HISTÓRIA - SEBASTIÃO

AULA 02   (21-07-2020) - ROTEIRO PARA ANÁLISE DE TEXTO

 

O(A) ALUNO(A) DEVERÁ:

·         Identificar as principais fontes usadas no estudo dos povos americanos.

·         Localizar geograficamente os Incas, Maias e Astecas.

·         Conhecer as características das sociedades maia, asteca e Inca, em seus aspectos culturais, econômicos e políticos.

·         Identificar a organização política  dos astecas e maias

·         Compreende se organizava  a sociedade e a economia dos incas.

·         Caracterizar MITA, ENCOMIENDA  e o  AYLLU.

·         Caracterizar o sistema de terraço desenvolvido entre os incas.

Obs.: O(a) aluno(a) deverá, grifar no texto ou copiar no caderno os trechos indicados no roteiro de estudo.

 

Texto básico:   ASTECAS, MAIAS E INCAS

Fontes para o estudo dos povos americanos

                Usamos diversas fontes para o conhecimento da história dos povos da América antes da chegada dos europeus, entre as quais cabem citar:

                1º) fontes da cultura material (restos de túmulos, templos, objetos de cerâmica, esculturas, pinturas rupestres etc.): como a maioria dos povos da América não possuía escrita, os materiais pesquisados pelos arqueólogos tornam-se as principais fontes para os estudo desses povos.

                2º) fontes escritas:

a)      códices: escritos e desenhos deixados por alguns povos americanos, como, por exemplo, os astecas e os maias;

b)      textos de europeus que viveram na América, como o  trecho a seguir, extraído de uma carta de Cristovão Colombo: “Não encontrei os monstros humanos que muitas pessoas esperavam que eu encontrasse. Pelo contrário, toda a população é muito bem-feita de corpo. Não são negros como na Guiné, e seu cabelo é liso”. Extraído do site: <www. usp.br/revistausp/30/03-teixeira.pdf.

3º) Fontes visuais: como o grande conjunto de imagens deixado por artistas europeus, como Theodore de Bry, que esteve nas terras onde hoje é o Brasil no século XVI.

 

Espaço e diversidade cultural

Por ocasião da chegada de Colombo em 1492, a América era habitada por cerca de 57 milhões e 300 mil

Pessoas. Essas pessoas pertenciam a povos bem diferentes entre si, não só na aparência ou no nome, mas também no modo de viver e pensar. As imagens a seguir mostram objetos da cultura material de diferentes povos americanos e ajudam-nos a visualizar essa diversidade.

                Como se vê, os povos indígenas que aqui viviam antes do contato com os europeus eram muitos; neste texto vamos estudar três deles: os astecas, os maias e os incas.

Os astecas

                Os astecas, ou mexicas, nome que eles davam  a si próprios, contam o seguinte mito sobre seus primeiros tempos de vida.

                Eles viviam no norte da América e, certo dia, por serem um povo andarilho, decidiram deixar Astlán, sua terra natal, e caminhar em direção ao sul. Depois muito caminhar, avistaram uma águia empoleirada em um cacto, que trazia uma cobra presa ao bico e a uma de suas patas. Os sacerdotes astecas consideraram

 

 

aquela águia um sinal dado por seu deus, Uitzilopochtli (pronuncie bem devagar) de que era ali que eles deveriam se fixar e recomeçar a vida. E foi o que fizeram.

                Já para os historiadores, os astecas deixaram o norte da América em busca de terras férteis por volta do século XII. E, depois de uma longa caminhada chegaram ao fértil Vale do Anahuac, hoje Vale do México, e ocuparam as ilhas ocidentais do Lago Texcoco, pois as outras já eram habitadas. Em uma dessas ilhas , no ano de 1325, os astecas ergueram a cidade de Tenochtitlán.

Tenochtitlán, a capital astecas

                Aos poucos,  Tenochtitlán  cresceu, e os astecas aumentaram seu poder e riqueza conquistando as cidades vizinhas e constituindo um império imenso que compreendia o atual México e ia do oceano Pacifico ao Golfo do México.

Quando os espanhóis chegaram à América, Tenochtitlán     era uma cidade com cerca de 200 mil habitantes, quatro vezes mais do que Londres, a maior cidade europeia. Era cortada por dezenas de canais, por onde circulavam barcos carregados de mercadorias, e aquedutos , que traziam água doce das montanhas. A capital asteca possuía também templos, ruas retas e amplas e um mercado central rico e movimentado.

Tenochtitlán, a interessante capital asteca, resistiu e manteve sua autonomia até 1521, data em que foi invadida e conquistada pelos espanhóis.

A sociedade asteca

                No topo da pirâmide social estava o imperador, considerado um ser semi-divino. Seu poder e sua responsabilidade eram grandes; em caso de uma seca prolongada, por exemplo, era ele que fornecia comida e roupa aos necessitados.

                Abaixo do imperador vinham os nobres, que atuavam como sacerdotes, altos funcionários públicos ou militares tinham enorme prestígio na sociedade asteca – os mais valentes ingressavam nas importantes ordens militares, como, por exemplo, a dos cavaleiros-águias.

                Abaixo dos nobres vinham os comerciantes, com destaque  para os atacadistas, especialmente os que trabalhavam com artigos de luxo. Os comerciantes incentivavam os casamentos dos seus filhos com os filhos dos nobres a fim de adquirir prestígio. A seguir, vinham os artesãos, que eram conhecidos por sua habilidade  e requinte. Os artesãos astecas se destacavam também na ourivesaria, na joalheria e na tecelagem.

                Já os agricultores e os soldados constituíam a maioria da população masculina asteca. Por fim, havia os escravos, prisioneiros de guerra, condenados pela justiça ou indivíduos que, por causa de envolvimento com o jogo ou a bebida, tinham sido escravizados.

Esporte e saúde

                Os astecas tinham grande paixão pelo esporte e praticavam uma série de jogos; um de seus jogos preferidos era o tlachtli.

O TLACHTLI

                O tlachtli era um jogo de bola bastante popular entre os astecas que lembra tanto o futebol quanto o basquete. As duas equipes adversárias se enfrentavam em um campo em forma de T maiúsculo. A bola era de borracha, e bastante pesada, e só podia ser tocada, e só podia ser tocada e lançada com os joelhos ou os quadris. Os jogadores se esforçavam para fazê-la passar entre dois anéis de pedra fixados nas muralhas laterais, mais ou menos como nas cestas de basquete.

                No tocante à saúde, os astecas desenvolveram tratamentos eficientes com base no grande conhecimento de flora e da fauna locais. O médico do rei espanhol Felipe II registrou cerca de 1200 plantas usadas pelos astecas para fins medicinais. As doenças eram atribuídas à vontade dos deuses ou a feitiços. Os astecas usavam a adivinhação, a oração, mas, ao mesmo tempo, sabiam curar fraturas, feridas e fazer remédios à base de gordura animal e plantas medicinais para os mais diversos fins.

Os maias

                Os maias viviam na Península de Yucatán, região que corresponde hoje à Guatemala, Honduras, Belize e ao sul do México.

                Copán é considerada a mais bela cidade maia. Por sua arquitetura e construções, foi chamada pelos historiadores de Alexandria do mundo maia. Os maias eram bons construtores e foram os inventores de um tipo de cimento eficiente, que permitia colar, uma às outras, as grossas pedras de seus edifícios e estradas.

 

                Diferentemente dos astecas, os maias nunca formaram um grande império, mas, como os astecas, construíram grandes cidades. As cidades maias, como Chichen-Itzá, Mayapán, Palenque e Tikal, eram pequenos estados independentes, ou seja, tinham governos, leis e costumes próprios. Nelas viam-se palácios, estradas com até 10 metros de largura e templos na forma de pirâmide.

                Enquanto as pirâmides egípcias serviam de túmulos para os imperadores, as pirâmides maias serviam de esteio para os templos religiosos, erguidos no seu topo. Os sacerdotes desses templos consideravam-se, assim, mais próximos dos deuses. Algumas pirâmides chegavam a ter 70 metros de altura.

Sociedade e economia

                A sociedade maia era hierarquizada: a elite era formada por nobres e sacerdotes; abaixo deles vinham os artesãos e os trabalhadores livres, agricultores em sua maioria. Os nobres e os sacerdotes ajudavam o governante máximo de cada cidade a dirigi-la. Ele tinha o título religioso de Hunac Ceel e era visto pelo povo como representante dos deuses. Os camponeses acreditavam que,  para conseguir boas colheitas, tinham de pagar impostos e esse governo “sagrado”.

                Os impostos eram pagos com parte do que eles produziam e com trabalhos gratuitos para o governo (como reparo e construção de estradas).

                A agricultura tinha grande importância na vida dos maias. A maioria deles vivia no campo, onde cultivavam feijão, abóbora, algodão, cacau, abacate e milho. O milho era a base de sua alimentação. Eles comiam milho assado, cozido ou na forma de farinha.

Astronomia

                Os maias se destacavam também no campo da Astronomia. Os astrônomos maias conseguiram prever, com grande precisão, os eclipses do Sol, descrever as fases de Vênus e elaborar calendários que facilitavam seu dia a dia. Além disso, conseguiam calcular a duração do ano quase com a mesma precisão dos cientistas de hoje.

Os incas

                Um mito inca diz que os incas tinham origem divina, por isso eram chamados de filhos do Sol. Diz também que o Império Inca foi fundado por dois personagens lendários, Manco Cápac e sua esposa e irmã, Mama Ocilla.

                Hoje se sabe que, por volta do ano 1400, os incas pastoreio nas terras altas (temperadas e frias) da cidade peruana  de Cuzco. Por volta de 1438, esse grupo de língua quíchua conquistou a cidade de Cuzco e, nas décadas seguintes, expandiu seus domínios tanto ao norte quanto ao sul, construindo assim o maior império indígena da América. O primeiro Sapa Inca (imperador) chamava-se Pachakuti.

                No seu apogeu, o império possuía cerca de milhares de quilômetros de estradas, que eram percorridas por corredores a serviço do governo, que se revezavam levando e trazendo informações e produtos das várias partes do interior para a capital e vice-versa. Em apenas duas semanas, uma ordem do imperador era transmitida por toda a extensão do império.

                Entre as principais cidades do Império Inca estavam Cuzco e Machu Picchu. A cidade de Cuzco, a capital do Império, era famosa por suas construções planejadas, seus templos decorados e por suas ruas movimentadas.

A CIDADE PERDIDA DE MACHU PICCHU

                A cidade de Machu Picchu é um exemplo da capacidade dos incas. Erguida nas montanhas, a cerca de 2400 metros de altitude, sua construção ainda intriga arqueólogos, pois os incas dispunham apenas de instrumentos rudimentares, não tinham carroças nem animais capazes de transportar grandes pedras como as que foram usadas na obra. Escadarias forma cavadas na própria montanha, ligando palácios, templos, casas e guarnições.    Abandonada e esquecida pouco depois da chegada dos espanhóis, Machu Picchu foi redescoberta somente em 1911 pelo arqueólogo norte-americano Hiram Bingham, uma das personalidades que serviram de inspiração para Indiana Jones, o corajoso arqueólogo dos filmes de Hollywood. Quando Bingham encontrou Machu Picchu, a cidade estava coberta pela vegetação da floresta, o que conservou as construções praticamente intactas. Hoje o lugar é visitado todos os anos por milhares de turistas do mundo todo.

 

Sociedade e economia

                Os incas tinham um agricultura desenvolvida; utilizavam um sistema de irrigação por canais e uma técnica agrícola que se aproveitava de terraços cavados nas encostas das montanhas (sistema de terraços). Os camponeses constituíam a maioria da população. Cada aldeia era formada por um conjunto de famílias camponesas unidas por laços de parentesco que recebia o nome de ayllu; o chefe do ayllu era  o kuraka. Os habitantes do ayllu plantavam milho, feijão, batata e pastoreavam os ilhamas e as alpacas (animal de carga semelhante ao Ilhama).

                As terras de cada ayllu eram divididas em três partes: uma para o imperador, uma para os deuses (isto é, para os sacerdotes) e outra para as famílias camponesas. Além de trabalhar todas as terras, os camponeses eram obrigados a prestar serviços gratuitos ao Estado como, por exemplo, reformar e construir estradas, essa obrigação recebia o nome de mita. As sobras da produção de alimentos eram estocadas em armazéns ou distribuídas à população nos períodos de fome causados por inverno rigoroso, chuvas torrenciais, pragas ou epidemias.

                O imperador – conhecido como Inca ou Filho do Sol – era visto como semi-divino e possuía enormes poderes e privilégios; seu cargo era hereditário. Abaixo dele estavam os sacerdotes e os chefes militares, todos saídos da nobreza.

                Depois vinham os artesãos, os responsáveis pela cura das doenças, os soldados, os contabilistas, os projetistas e os funcionários públicos. Esses profissionais viviam em cidades e eram sustentados pelo governo, que armazenava riquezas com os impostos cobrados das comunidades camponesas.

O KIPU

                O povo inca não desenvolveu a escrita, mas possuía um interessante sistema de registro: o Kipu. O Kipu era um cordão no qual estavam amarrados vários cordões menores de cores e tamanhos variados, onde se faziam diferentes tipos de nós.

                As cores dos cordõezinhos permitiam identificar os tipos de objetos. Os nós indicavam quantidades e datas. O nó mais próximo da ponta do cordãozinho correspondia à unidade, o seguinte referia-se às dezenas e assim sucessivamente. Pelo Kipu, o imperador tinha informações sobre a população, a administração e a economia. O Kipu registrava tipos, quantidades de produtos armazenados, datas, número de pessoas, animais e armazéns existentes no império. O nome do armazém e da região representada, bem como outros detalhes, era memorizado por especialistas treinados para essa tarefa. Durante a conquista da América, os espanhóis queimaram milhares de Kipus, que certamente poderiam ter-nos revelado muito sobre os incas e sua história.

                Em que direção caminhariam os incas, os astecas e os maias caso os espanhóis não tivessem interrompido bruscamente sua trajetória? Isso é coisa que nunca saberemos, mas de sua enorme capacidade de erguer cidades e viver em um meio que apresenta desafios ninguém pode duvidar.

Boulos Júnior, Alfredo. História: sociedade & cidadania – Edição reformulada, 7º ano – 2ª edição – São Paulo: FTD, 2012.

AULA 03   (24-07-2020)

ATIVIDADE DE APROFUNDAMENTO  ASSUNTO: ASTECAS, MAIAS E INCAS

  1. Identifique as principais fontes históricas utilizadas para o estudo dos povos pré-colombianos.
  2. Comente a explicação do surgimento do povo asteca através do mito e pelo relato histórico.
  3. Localize geograficamente a civilização asteca.
  4. Distribua a sociedade asteca em uma pirâmide.
  5. Identifique o papel de cada grupo social.
  6. Localize geograficamente a civilização maia.
  7. Caracterize os maias nos aspectos políticos, sociais e econômicos.
  8. Localize geograficamente o território ocupado pelo povo inca.
  9. Comente sobre a cidade de Machu Picchu.
  10. Leia o texto sobre o sistema de correio inca e comente-o usando suas próprias palavras.
  11. Caracterize os incas nos aspectos econômicos e sociais.
  12. Caracterize os ayllus.
  13. Caracterize a mita.

 

AULA 05   (28-07-2020)

Instrução:

1.      Leia com atenção o texto a seguir.

2.      Grife os trechos mais importantes de reino ou império.

 


Impérios africanos

Por Ana Luíza Mello Santiago de Andrade

Graduada em História (Udesc, 2010)
Mestre em História (Udesc, 2013)
Doutora em História (USP, 2018)

Os impérios africanos foram formações de Estado que abrangiam vários povos em uma só entidade. Esta formação se dava normalmente por meio de conquistas. Foram numerosos e importantes nas suas relações comerciais, políticas e culturais, e cabe-nos conhecer um pouco mais alguns deles.

Império Axum

O Império Axum data de 100 d.C., com a fundação da cidade de Axum. No século IV já eram o Estado de maior expressão do reino da Núbia e, por conta das relações no Mar Vermelho – local de articulação entre populações africanas e árabes – adotaram o cristianismo, que se espalhou em boa parte do território sob o domínio romano, inclusive no Egito.

Este Império tinha como centro de poder a cidade de Axum, ao norte da atual Etiópia. Ficava localizada num planalto, acima do nível do mar e longe do litoral. Desta forma, tiveram um grande aproveitamento de recursos minerais e desenvolveram o cultivo de cereais, como a cevada e o sorgo, e o Tefé que até os dias atuais compõe a base da alimentação das populações etíopes.

Próximo às comunidades agrícolas o poder era centralizado e a construção de palácios, altares era comum. Além disso várias foram as estátuas e obras de devoção encontradas. Vestígios deste Império mostram que era uma sociedade complexa, hierarquizada e diversa, que tinha como representante máximo o título de negus.

Império Zimbábue

O Império Zimbábue existiu entre os anos de 1200 e 1400, no litoral da África Austral, onde hoje estão localizados Moçambique e Zimbábue. O território era povoado por populações do tronco linguístico banto, conhecidos como shonas. Os vestígios materiais desse império foram encontrados somente no século XIX e a principal marca encontrada foi o Grande Zimbábue – ou Grande Casa de Pedra. Uma construção enorme, complexa e que demonstra ostentação e poder.

Este Império ficou conhecido por seu grande número de construções, que são testemunhos do poder alcançado por ele. Foi um poderoso Estado com hegemonia na região localizada entre os rios Zambeze e Limpopo.

Este Estado, poderoso e influente, atuava no comércio de minérios e seus governantes recebiam o título de Mwene Mutapa, o senhor das minas. Havia divisão social do trabalho bem estabelecida, com artesãos especializados no trabalho com cobre e ferro, ourives, escultores e tecelões.

Império Gana

Império Gana foi o mais antigo Estado negro que se conhece, fundado no século IV, e conquistou uma grande área onde exerceu dominação política e econômica, ao sul do que hoje conhecemos por Mauritânia, Senegal e Mali. Foi um núcleo formado pelos povos conhecidos como soninkê.

Inicialmente Gana era o título dado ao governante que atribuía sua soberania aos povos dominados. Gana conheceu seus tempos áureos após 790, quando o poder esteve sob o controle da dinastia Cissê Tunaka, exercido de forma matrilinear. Do século IX ao século XI a hegemonia de Gana foi reconhecida.

A base econômica deste império baseava-se no recolhimento de tributação, imposta aos povos conquistados e aos produtos que circulavam em seus domínios. Além disso atividades de subsistência como a pesca, a pecuária e a agricultura formavam parte importante de sua economia. Além de um poderoso exército, os soberanos tinham também ao seu dispor uma gama variada de funcionários.

A localização e seu poder hegemônico garantiam um fluxo comercial contínuo, articulando saarianos e sul saarianos, ou seja, conseguiam explorar uma importante região de comercio. Assim, do Norte vinham o cobre, cauris (os búzios), tecidos de seda e algodão e o sal, que eram trocados por marfim, escravos e ouro.

Com esta grande articulação comercial Gana conseguiu se manter como império até o século XI, quando foram derrotados diante de tropas de cavaleiros e muçulmanos do Marrocos que estavam em guerra contra os pagãos, como o povo de Gana. Gana foi, portanto, a última barreira para a entrada do Islã na região.

Império Mali

Com o declínio de Gana diversas disputas por influência ocorreram entre estados menores, paralelos e independentes, no século XII. Um desses estados era formado pelo povo conhecido por sosso, de etnia Soninke. Foi por meio das armas que estes se impuseram e alcançaram hegemonia no século XIII.

O Império Mali era formado por povos presentes na região situada entre o Rio Senegal e o Rio Níger. Dentre esses povos o mais importante eram os mandingas, conhecedores do Islã desde o século XI. Mas, além deles, outros povos formavam este império, como os soninkês, os fulas, os sossos e os bozos.

Sundjata Keita foi o maior representante do Império Mali, e estendeu sua autoridade para unidades políticas próximas, formando um estado unificado e hegemônico até o século XV.

A hegemonia do Mali na África Ocidental ocorreu por alguns importantes fatores, como a formação de um exército poderoso, o controle na extração do ouro e a existência de uma administração eficiente. Esses pontos fizeram do Mali um dos impérios mais bem-sucedidos do continente africano.

Seu representante supremo era chamado de Mansa, e residia na cidade de Niani, ao norte da atual República da Guiné. O apogeu da dinastia Keita ocorreu no século XIV, durante o governo de Kankan Mussa, o Mansa Mussa.

No final do século XIV o império enfrenta dificuldades em manter uma área tão grande e entra em processo de declínio.

Império Songai

O Império Songai está relacionado com a cidade de Gao, localizada na curva do Níger. Esta cidade foi um importante centro comercial, político e econômico, com poder militar de arqueiros que se lançavam ao Rio Niger.

Até o século XIV Gao estava sob o poder do Império Mali, mas no século XV conquistaram Tombuctu, um importante centro do Islã e ponto fundamental do comércio pelo Saara. É neste momento que ocorreu a formação do Império, num processo de expansão militar, liderados por Sonni Ali, que além de tomarem Tombuctu, conquistam também Djenné. Tinham práticas religiosas politeístas e aprimoraram as experiências do império que os sucedeu – o Mali, incorporando elementos dos impérios anteriores.

Exploravam ouro, sal e cauris e estabeleceram uma unificação de pesos e medidas que facilitava a cobrança de impostos e as trocas comerciais. Com uma grande extensão territorial, o Imperio Songai tinha um comércio bem organizado e um sistema de governo centralizado. Eram divididos entre uma elite e a população geral e suas cidades mais influentes eram Tombuctu, Djenné e Gao.

Referências: MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2013

AULA 06   (31-07-2020) – ATIVIDADE

1.    Caracterize economicamente a cidade de Axum.

2.    Sobre o Império de Axum o que diz o 3º parágrafo?

3.    Descreva a importância econômica do Império Zimbábue.

4.    Descreva a base econômica do Império de Gana

5.    Comente sobre a importância da localização do Império de Gana.

6.    Faça um resumo do Império do Mali retirando trechos mais significativos

7.    Faça um resumo do Império do Songai retirando trechos mais significativos.

AULA 08   (04-08-2020) – INTRODUÇÃO AO MUNDO GREGO

Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=DsWvh7GbrRM

Após assistir ao vídeo, faça um texto no seu caderno, relatando o que você aprendeu sobre o assunto: GRÉCIA ANTIGA

AULA 09   (07-08-2020) – Roteiro para análise do texto complementar

O(A) ALUNO(A) DEVERÁ:

1.       Perceber na construção da história  da civilização grega a influência do aspecto físico geográfico do território.

2.       Estabelecer uma relação entre a guerra de Tróia e as obras de Homero (Ilíada e Odisseia).

3.       Refletir sobre o nascimento da ideia de cidadania.

4.       Perceber a situação da mulher na Grécia antiga.

5.       Caracterizar o escravo na Grécia antiga.

6.       Conhecer a democracia ateniense.

7.       Comparar Atenas e Esparta nos aspectos políticos, sociais e educacionais.

8.       Perceber a situação da criança espartana.

9.       Reconhecer a importância da cultura grega para o Ocidente e refletir sobre a permanência das criações gregas no presente. (Exemplo: Jogos Olímpicos, Teatro, Filosofia, Democracia  etc).

Obs.: O(a) aluno(a) deverá grifar no texto ou copiar no caderno os trechos indicados no roteiro de estudo.

 

TEXTO COMPLEMENTAR – O MUNDO GREGO E A DEMOCRACIA

            A Grécia antiga localizava-se em sua maior parte no sudeste da Europa e abrangia três importantes regiões: a Grécia Continental, situada ao sul da Península Balcânica; a Grécia Insular, formada pelas ilhas dos mares Egeu e Jônio; a Grécia Asiática, estreita e longa faixa de terra situada na Ásia Menor.

 

A Civilização Cretense

            A ilha de Creta foi o berço de uma civilização antiga que muito influenciou a dos gregos. Por volta de 2000 a.C., os cretenses produziam cereais, criavam gado e também aproveitavam dos recursos que o mar oferecia. A sociedade cretense organizava-se em torno de palácios governados por reis que abasteciam seus celeiros com os impostos que cobravam da população. Entre os palácios cretenses, o mais rico e conhecido era o de Cnossos.

            Os cretenses tinham um sistema de escrita, a Linear A, que ainda não foi decifrado; por meio dela soube-se, no entanto, que eles não eram gregos. Por volta de 1450 a.C., Creta, que tinha sido abalada por uma catástrofe natural, provavelmente um terremoto, foi conquistada pelos aqueus.

 

A Civilização Micênica

            Os aqueus ocuparam, inicialmente, a Península do Peloponeso, no sul da Grécia, onde fundaram várias cidades, entre aas quais Micenas; daí o nome dada a sua civilização. Por meio da navegação, os aqueus entraram em contato com os cretenses, de quem assimilaram conhecimentos que, depois, usaram para dominá-los e assumir a liderança comercial nos mares da região.

            O principal centro de poder e riqueza dos aqueus também era o palácio. Só que os palácios aqueus eram murados e construídos no alto de colinas. O principal deles era o palácio de Micenas, onde foram encontradas tabuinhas com a escrita criada pelos aqueus, a Linear B. Ao decifrá-la, em 1953, os estudiosos descobriram que era um ramo do grego antigo.

            Por volta de 1200 a.C., os palácios aqueus foram destruídos; mas não se sabe por que isso aconteceu. Sabe-se, porém, que quase nessa mesma época os jônios, os eólios e os dórios, três povos aparentados com os aqueus, penetraram a região. Aqueus, jônios, eólios e dórios deram origem aos antigos gregos.

            Com a destruição dos palácios aqueus teve início o período homérico (1200 a 800 a.C.). Boa parte do que sabemos sobre os gregos desse período deve-se às informações contidas em dois longos poemas: A Ilíada e a Odisseia. Hoje se sabe que esses poemas vinham sendo cantados por várias gerações de poetas e cantores populares e podem ter sido escritos por um ou mais poetas.

 

O cavalo de Troia

            A Ilíada narra a Guerra de Troia (Troia, em grego, é Ílion; daí Ilíada); a Odisseia narra as aventuras do herói grego Ulisses em sua viagem de volta a sua ilha natal, Ítaca, na Grécia (Ulisses, em grego, é Odisseu).

            O episódio da guerra de Troia apresentado a seguir encontra-se na Ilíada.

            Certo dia, Páris, o rei de Troia, raptou a belíssima Helena, esposa do rei de Esparta, uma cidade grega. Diante disso, os gregos se lançaram contra Troia dispostos a trazer Helena de volta. Para surpresa dos gregos, porém, os troianos resistiram. Com isso, o cerco da cidade de Troia se arrastou por 10 longos anos.

            Os gregos já se encontravam exaustos quando Ulisses teve uma ideia, que seus companheiros puseram em prática imediatamente. Os gregos construíram um enorme cavalo de madeira, esconderam-se dentro dele e o abandonaram a poucos metros das portas de Troia.

            Sem desconfiar de nada, os troianos pegaram o imenso cavalo e o colocaram para dentro dos muros de sua cidade. Felizes com  o “presente”, festejaram até altas horas. De madrugada quando todos os troianos dormiam, os soldados gregos saíram de dentro do cavalo e abriram as portas de Troia para os seus companheiros. Tudo como Ulisses havia planejado. Graças a isso, conta a Ilíada, os gregos venceram os troianos, e a Guerra de Troia chegou ao fim.

Os genos

            Com a destruição dos palácios e o fim do poder dos reis, a população passou a se organizar em comunidades, chamada em grego de gene (plural de genos). O genos era uma grande família  ( pais, primos, avós etc.), seus dependentes e seus bens, como casas, terras e animais. Seus membros  produziam geralmente apenas para subsistência e acreditavam ser descendentes de um mesmo ancestral, fosse ele um homem ou um deus.

            Com o passar do tempo, o chefe do genos mais poderoso tornou-se rei e governava os diversos grupos familiares. Sempre que o rei ia tomar uma decisão importante, consultava uma assembleia de guerreiros saídos desses grupos. A existência dessa assembleia formada por guerreiros com igual poder de decisão deu origem à cidade-Estado ou pólis, como chamavam os gregos.

            A cidade-Estado era um centro político e geográfico independente; cada cidade tinha seu governo, sua moeda e seus deuses. Atenas é a cidade sobre a qual temos mais informações.

 

Os gregos e suas “colônias”

            Na Grécia, a partir do século VIII a.C., o uso do ferro na fabricação de pás, enxadas e demais instrumentos agrícolas levou a um aumento na produção de alimentos e a população passou a crescer em ritmo acelerado. Consequentemente, começaram os conflitos por terra entre os membros dos gené. Como a divisão das terras era feita com base no grau de parentesco ou no prestígio, uns ficaram com muitas terras; outros, com poucas; e muitos, sem terra.

            Havia pequenos proprietários que não conseguiam esperar o tempo necessário ao crescimento das árvores que plantavam; com isso, contraíram dívidas, e, não podendo saldá-las, se tornavam escravos dos grandes proprietários. A falta de terras férteis e a escravização por dívidas estimularam muitos gregos a buscar novas terras em regiões distantes. Os gregos então fundaram dezenas de novas cidades (as colônias) na orla do mar Mediterrâneo.

            No mundo grego havia um grande número de cidades-Estado, como Atenas, Esparta, Tebas, Mégara, Corinto e Mileto. Vamos destacar duas delas: Atenas e Esparta, dois modelos de cidade bem diferentes.

 

Atenas, berço da democracia grega.

            Atenas foi fundada pelo jônios, por volta do século X a.C., em uma colina, a poucos quilômetros do mar. Como a região possuía bons portos naturais, os atenienses, desde cedo, voltaram-se para a pesca, a navegação e o comércio marítimo.

            Inicialmente, Atenas tinha um rei, mas o poder de fato estava nas mãos da aristocracia ateniense: os eupátridas, que em grego quer dizer “bem-nascidos”. Somente eles podiam ocupar caros públicos. Insatisfeitos com essa situação, os artesãos, comerciantes e soldados passaram a exigir participação na vida política da cidade; já os camponeses queriam o fim da escravidão por dívidas.

            Para contornar a situação, em 594 a.C., o legislador Sólon efetuou uma reforma que:

a)    Suprimiu a escravidão por dívidas entre os cidadãos atenienses;

b)    Dividiu os cidadãos em quatro categorias, de acordo com o grau de riqueza agrícola. Dessa forma, os privilégios que antes cabiam aos “bem-nascidos” passavam agora a ser preservados aos mais ricos. O critério de riqueza substituiu o de nascimento.

No entanto, apesar da reforma de Sólon, a terra continuou nas mãos de poucos e a participação política manteve-se reduzida. Com isso, os conflitos sociais continuavam violentos.

 

A democracia

            A partir de 508 a.C., o político Clístenes promoveu uma série de reformas populares que asseguravam a soberania do povo no governo da cidade; nascia assim a democracia ateniense. A palavra democracia é a junção de demos (povo) kratos (poder), isto é, poder do povo. Os principais órgãos da democracia ateniense eram:

 

·         Assembleia do Povo (Eclésia), que votava as leis, escolhia os magistrados, decidia em que gastar o dinheiro público etc. Dela faziam parte todos os cidadãos de Atenas, isto é, todos os homens com mais de 18 anos e filhos de pais atenienses.

·         Conselho dos Quinhentos (Boulé), formado por 500 cidadãos escolhidos por sorteio anualmente. Com isso, tanto os ricos quanto os pobres tinha  a mesma chance de ser eleitos. A função do Conselho era preparar os projetos para serem votados pela Assembleia do Povo. Os projetos aprovados eram postos em prática pelos estrategos: 10 cidadãos eleitos por um ano. Assim, todos os cidadãos – não importando a profissão nem a situação financeira – podiam participar diretamente do governo; daí dizer-se que a democracia ateniense era direta e aberta a todos os cidadãos.

Clístenes criou também o ostracismo, que consistia em expulsar da cidade por 10 anos qualquer

pessoa que parecesse representar uma ameaça à democracia.

            Não se pode esquecer, no entanto, que a democracia ateniense não era para todos. Os escravizados, as mulheres e os estrangeiros não eram considerados cidadãos e, portanto , não tinham o direito de participar da política.

 

O século de Péricles

            A partir de 450 a.C., sob a liderança de Péricles, a democracia ateniense foi aperfeiçoada: criou-se um Tribunal Popular para julgar toda espécie de causas. Nesses tribunais, o próprio júri fazia o papel de juiz, isto é, dava a palavra final. Era composto de 6 mil cidadãos. Para que mais pessoas pudessem participar da Eclésia, Péricles instituiu uma remuneração, permitindo que os mais pobres deixassem suas ocupações por um tempo para participar da política. Além disso, promoveu a reconstrução da parte alta de Arenas, destruída pelo persas. O tempo em que Péricles liderou Atenas ficou conexo como “O Século de Péricles”.

 

Escravos, mulheres e estrangeiros

            Apesar do fim da escravidão por dívidas, o número de escravizados em Atenas continuou grande, pois os homens ricos passaram a comprar cativos de outros lugares como, por exemplo, do Egito. Os escravizados faziam vários tipos de tarefas: os homens cuidavam do gado, carpiam a terra, plantavam, colhiam; já as mulheres moíam grãos, fiavam, teciam, cozinhavam e cuidavam das crianças e da casa de seus donos.

            As mulheres atenienses eram sempre dependentes de um homem. Até o casamento, seguiam os hábitos da casa do pai; uma vez casadas, os do marido. Elas cuidavam dos seus serviços domésticos e aprendiam com  as mães e avós a cozinhar e a tecer. As jovens ricas viviam fechadas nos aposentados destinados às mulheres (gineceu), e tinham  criados e escravas. Já as mulheres, além do trabalho doméstico, ajudavam seis maridos fora de casa. A mulher do pescado, por exemplo, vendia peixe que o marido pescava.

            Os estrangeiros, chamados de metecos em Atenas, dedicavam-se, sobretudo, ao comércio. Seus filhos, netos e bisnetos continuavam sem direito à cidadania ateniense.

 

Esparta

            Esparta era muito diferente de Atenas, a começar pela localização. Estava situada na Península do Peloponeso, entre altas montanhas, e não tinha saída para o mar. A cidade foi fundada pelos dórios, que, depois de conquistar os povos vizinhos, os submeteram ao seu domínio. Desde o começo de sua história. Esperava mais parecia um acampamento militar.

            Por volta do século VIII a.C., a sociedade espartana estava dividida em três grupos sociais.

            Os espartanos descendiam dos dórios; eram grandes proprietários e os únicos que podiam ocupar cargos políticos e militares.

            Os periecos eram descendentes de povos conquistados e dedicavam-se ao artesanato, ao comércio ou ao cultivo de uma pequena propriedade.

 

            Os hiotas executavam trabalho forçado para os cidadãos e para governo de Esparta. Sabe-se que os hilotas se revoltavam com frequência.

 

Político em Esparta

            O governo espartano era bem diferente do ateniense, e seus principais órgãos eram:

·         A Ápela: assembleia da qual participavam os cidadãos (isto é, espartanos com  30 anos ou mais). Votava sem discutir as propostas da Gerúsia.

·         A Gerúsia: conselho formado por 30 anciãos, com mais de 60 anos, chamados gerontes, do qual faziam parte dois reis. Eles propunham leis, decidiam se a cidade devia ou não participar de uma guerra, julgavam crimes.

·         Eforato: órgão formado por cinco membros (éforos), eleitos por um ano. Os éforos punham em prática as decisões da Gerúsia.

Por essas características, o governo de Esparta pode ser definido como uma governo exercido por uma minoria.

 

n  Referência bibliográfica: JÚNIOR, Alfredo. Coleção História: Sociedade & Cidadania. 6º ano. São Paulo. FTD, 2012. p. 203-213.

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