HISTÓRIA - SEBASTIÃO
AULA 02 (21-07-2020) - ROTEIRO PARA ANÁLISE DE TEXTO
O(A) ALUNO(A) DEVERÁ:
·
Identificar
as principais fontes usadas no estudo dos povos americanos.
·
Localizar
geograficamente os Incas, Maias e Astecas.
·
Conhecer
as características das sociedades maia, asteca e Inca, em seus aspectos
culturais, econômicos e políticos.
·
Identificar
a organização política dos astecas e
maias
·
Compreende
se organizava a sociedade e a economia
dos incas.
·
Caracterizar
MITA, ENCOMIENDA e o AYLLU.
·
Caracterizar
o sistema de terraço desenvolvido entre os incas.
Obs.: O(a) aluno(a) deverá, grifar no texto ou copiar no caderno os
trechos indicados no roteiro de estudo.
Texto básico: ASTECAS, MAIAS
E INCAS
Fontes para o estudo dos povos americanos
Usamos
diversas fontes para o conhecimento da história dos povos da América antes da
chegada dos europeus, entre as quais cabem citar:
1º) fontes da cultura material (restos de túmulos, templos, objetos de
cerâmica, esculturas, pinturas rupestres etc.): como a maioria dos povos da
América não possuía escrita, os materiais pesquisados pelos arqueólogos
tornam-se as principais fontes para os estudo desses povos.
2º) fontes escritas:
a)
códices:
escritos e desenhos deixados por alguns povos americanos, como, por exemplo, os
astecas e os maias;
b)
textos de europeus que viveram na América,
como o trecho a seguir, extraído de uma
carta de Cristovão Colombo: “Não
encontrei os monstros humanos que muitas pessoas esperavam que eu encontrasse.
Pelo contrário, toda a população é muito bem-feita de corpo. Não são negros
como na Guiné, e seu cabelo é liso”. Extraído do
site: <www. usp.br/revistausp/30/03-teixeira.pdf.
3º) Fontes visuais: como o grande
conjunto de imagens deixado por artistas europeus, como Theodore de Bry, que
esteve nas terras onde hoje é o Brasil no século XVI.
Espaço e diversidade cultural
Por ocasião da
chegada de Colombo em 1492, a América era habitada por cerca de 57 milhões e
300 mil
Pessoas. Essas pessoas pertenciam
a povos bem diferentes entre si, não só na aparência ou no nome, mas também no
modo de viver e pensar. As imagens a seguir mostram objetos da cultura material
de diferentes povos americanos e ajudam-nos a visualizar essa diversidade.
Como
se vê, os povos indígenas que aqui viviam antes do contato com os europeus eram
muitos; neste texto vamos estudar três deles: os astecas, os maias e os incas.
Os astecas
Os astecas, ou
mexicas, nome que eles davam a si
próprios, contam o seguinte mito sobre seus primeiros tempos de vida.
Eles
viviam no norte da América e, certo dia, por serem um povo andarilho, decidiram
deixar Astlán, sua terra natal, e caminhar em direção ao sul. Depois muito
caminhar, avistaram uma águia empoleirada em um cacto, que trazia uma cobra
presa ao bico e a uma de suas patas. Os sacerdotes astecas consideraram
aquela águia um sinal dado por
seu deus, Uitzilopochtli (pronuncie bem devagar) de que era ali que eles
deveriam se fixar e recomeçar a vida. E foi o que fizeram.
Já
para os historiadores, os astecas deixaram o norte da América em busca de
terras férteis por volta do século XII. E, depois de uma longa caminhada
chegaram ao fértil Vale do Anahuac, hoje Vale do México, e ocuparam as ilhas
ocidentais do Lago Texcoco, pois as outras já eram habitadas. Em uma dessas
ilhas , no ano de 1325, os astecas ergueram a cidade de Tenochtitlán.
Tenochtitlán, a capital astecas
Aos
poucos, Tenochtitlán cresceu, e os astecas aumentaram seu poder e
riqueza conquistando as cidades vizinhas e constituindo um império imenso que compreendia o atual México
e ia do oceano Pacifico ao Golfo do México.
Quando os espanhóis chegaram à
América, Tenochtitlán era uma cidade
com cerca de 200 mil habitantes, quatro vezes mais do que Londres, a maior
cidade europeia. Era cortada por dezenas de canais, por onde circulavam barcos
carregados de mercadorias, e aquedutos , que traziam água doce das montanhas. A
capital asteca possuía também templos, ruas retas e amplas e um mercado central
rico e movimentado.
Tenochtitlán,
a interessante capital asteca, resistiu e manteve sua autonomia até 1521, data
em que foi invadida e conquistada pelos espanhóis.
A sociedade asteca
No topo da
pirâmide social estava o imperador, considerado um ser semi-divino. Seu poder e
sua responsabilidade eram grandes; em caso de uma seca prolongada, por exemplo,
era ele que fornecia comida e roupa aos necessitados.
Abaixo
do imperador vinham os nobres, que atuavam como sacerdotes, altos funcionários
públicos ou militares tinham enorme prestígio na sociedade asteca – os mais
valentes ingressavam nas importantes ordens militares, como, por exemplo, a dos
cavaleiros-águias.
Abaixo
dos nobres vinham os comerciantes, com destaque
para os atacadistas, especialmente os que trabalhavam com artigos de
luxo. Os comerciantes incentivavam os casamentos dos seus filhos com os filhos
dos nobres a fim de adquirir prestígio. A seguir, vinham os artesãos, que eram
conhecidos por sua habilidade e
requinte. Os artesãos astecas se destacavam também na ourivesaria, na joalheria
e na tecelagem.
Já
os agricultores e os soldados constituíam a maioria da população masculina
asteca. Por fim, havia os escravos, prisioneiros de guerra, condenados pela
justiça ou indivíduos que, por causa de envolvimento com o jogo ou a bebida,
tinham sido escravizados.
Esporte e saúde
Os astecas
tinham grande paixão pelo esporte e praticavam uma série de jogos; um de seus
jogos preferidos era o tlachtli.
O TLACHTLI
O tlachtli era um jogo de bola bastante
popular entre os astecas que lembra tanto o futebol quanto o basquete. As duas
equipes adversárias se enfrentavam em um campo em forma de T maiúsculo. A bola
era de borracha, e bastante pesada, e só podia ser tocada, e só podia ser
tocada e lançada com os joelhos ou os quadris. Os jogadores se esforçavam para
fazê-la passar entre dois anéis de pedra fixados nas muralhas laterais, mais ou
menos como nas cestas de basquete.
No
tocante à saúde, os astecas desenvolveram tratamentos eficientes com base no
grande conhecimento de flora e da fauna locais. O médico do rei espanhol Felipe
II registrou cerca de 1200 plantas usadas pelos astecas para fins medicinais.
As doenças eram atribuídas à vontade dos deuses ou a feitiços. Os astecas
usavam a adivinhação, a oração, mas, ao mesmo tempo, sabiam curar fraturas,
feridas e fazer remédios à base de gordura animal e plantas medicinais para os
mais diversos fins.
Os maias
Os maias
viviam na Península de Yucatán, região que corresponde hoje à Guatemala,
Honduras, Belize e ao sul do México.
Copán
é considerada a mais bela cidade maia. Por sua arquitetura e construções, foi
chamada pelos historiadores de Alexandria do mundo maia. Os maias eram bons
construtores e foram os inventores de um tipo de cimento eficiente, que
permitia colar, uma às outras, as grossas pedras de seus edifícios e estradas.
Diferentemente
dos astecas, os maias nunca formaram um grande império, mas, como os astecas,
construíram grandes cidades. As cidades maias, como Chichen-Itzá, Mayapán,
Palenque e Tikal, eram pequenos estados independentes, ou seja, tinham
governos, leis e costumes próprios. Nelas viam-se palácios, estradas com até 10
metros de largura e templos na forma de pirâmide.
Enquanto
as pirâmides egípcias serviam de túmulos para os imperadores, as pirâmides
maias serviam de esteio para os templos religiosos, erguidos no seu topo. Os
sacerdotes desses templos consideravam-se, assim, mais próximos dos deuses.
Algumas pirâmides chegavam a ter 70 metros de altura.
Sociedade e economia
A
sociedade maia era hierarquizada: a elite era formada por nobres e sacerdotes;
abaixo deles vinham os artesãos e os trabalhadores livres, agricultores em sua
maioria. Os nobres e os sacerdotes ajudavam o governante máximo de cada cidade
a dirigi-la. Ele tinha o título religioso de Hunac Ceel e era visto pelo povo
como representante dos deuses. Os camponeses acreditavam que, para conseguir boas colheitas, tinham de
pagar impostos e esse governo “sagrado”.
Os
impostos eram pagos com parte do que eles produziam e com trabalhos gratuitos
para o governo (como reparo e construção de estradas).
A
agricultura tinha grande importância na vida dos maias. A maioria deles vivia
no campo, onde cultivavam feijão, abóbora, algodão, cacau, abacate e milho. O
milho era a base de sua alimentação. Eles comiam milho assado, cozido ou na
forma de farinha.
Astronomia
Os maias se
destacavam também no campo da Astronomia. Os astrônomos maias conseguiram
prever, com grande precisão, os eclipses do Sol, descrever as fases de Vênus e
elaborar calendários que facilitavam seu dia a dia. Além disso, conseguiam
calcular a duração do ano quase com a mesma precisão dos cientistas de hoje.
Os incas
Um
mito inca diz que os incas tinham origem divina, por isso eram chamados de
filhos do Sol. Diz também que o Império Inca foi fundado por dois personagens
lendários, Manco Cápac e sua esposa e irmã, Mama Ocilla.
Hoje
se sabe que, por volta do ano 1400, os incas pastoreio nas terras altas
(temperadas e frias) da cidade peruana
de Cuzco. Por volta de 1438, esse grupo de língua quíchua conquistou a
cidade de Cuzco e, nas décadas seguintes, expandiu seus domínios tanto ao norte
quanto ao sul, construindo assim o maior império indígena da América. O
primeiro Sapa Inca (imperador)
chamava-se Pachakuti.
No
seu apogeu, o império possuía cerca de milhares de quilômetros de estradas, que
eram percorridas por corredores a serviço do governo, que se revezavam levando
e trazendo informações e produtos das várias partes do interior para a capital
e vice-versa. Em apenas duas semanas, uma ordem do imperador era transmitida
por toda a extensão do império.
Entre
as principais cidades do Império Inca estavam Cuzco e Machu Picchu. A cidade de
Cuzco, a capital do Império, era famosa por suas construções planejadas, seus
templos decorados e por suas ruas movimentadas.
A CIDADE PERDIDA DE MACHU PICCHU
A cidade de Machu
Picchu é um exemplo da capacidade dos incas. Erguida nas montanhas, a cerca de
2400 metros de altitude, sua construção ainda intriga arqueólogos, pois os
incas dispunham apenas de instrumentos rudimentares, não tinham carroças nem
animais capazes de transportar grandes pedras como as que foram usadas na obra.
Escadarias forma cavadas na própria montanha, ligando palácios, templos, casas
e guarnições. Abandonada e esquecida
pouco depois da chegada dos espanhóis, Machu Picchu foi redescoberta somente em
1911 pelo arqueólogo norte-americano Hiram Bingham, uma das personalidades que
serviram de inspiração para Indiana Jones, o corajoso arqueólogo dos filmes de
Hollywood. Quando Bingham encontrou Machu Picchu, a cidade estava coberta pela
vegetação da floresta, o que conservou as construções praticamente intactas.
Hoje o lugar é visitado todos os anos por milhares de turistas do mundo todo.
Sociedade e economia
Os incas
tinham um agricultura desenvolvida; utilizavam um sistema de irrigação por
canais e uma técnica agrícola que se aproveitava de terraços cavados nas
encostas das montanhas (sistema de
terraços). Os camponeses constituíam a maioria da população. Cada aldeia
era formada por um conjunto de famílias camponesas unidas por laços de
parentesco que recebia o nome de ayllu;
o chefe do ayllu era o kuraka. Os
habitantes do ayllu plantavam milho, feijão, batata e pastoreavam os ilhamas e
as alpacas (animal de carga semelhante ao Ilhama).
As
terras de cada ayllu eram divididas em três partes: uma para o imperador, uma
para os deuses (isto é, para os sacerdotes) e outra para as famílias
camponesas. Além de trabalhar todas as terras, os camponeses eram obrigados a
prestar serviços gratuitos ao Estado como, por exemplo, reformar e construir
estradas, essa obrigação recebia o nome de mita.
As sobras da produção de alimentos eram estocadas em armazéns ou
distribuídas à população nos períodos de fome causados por inverno rigoroso,
chuvas torrenciais, pragas ou epidemias.
O
imperador – conhecido como Inca ou Filho do Sol – era visto como semi-divino e
possuía enormes poderes e privilégios; seu cargo era hereditário. Abaixo dele
estavam os sacerdotes e os chefes militares, todos saídos da nobreza.
Depois
vinham os artesãos, os responsáveis pela cura das doenças, os soldados, os contabilistas,
os projetistas e os funcionários públicos. Esses profissionais viviam em
cidades e eram sustentados pelo governo, que armazenava riquezas com os
impostos cobrados das comunidades camponesas.
O KIPU
O povo inca não desenvolveu a escrita, mas
possuía um interessante sistema de registro: o Kipu. O Kipu era um cordão no
qual estavam amarrados vários cordões menores de cores e tamanhos variados,
onde se faziam diferentes tipos de nós.
As cores dos
cordõezinhos permitiam identificar os tipos de objetos. Os nós indicavam
quantidades e datas. O nó mais próximo da ponta do cordãozinho correspondia à
unidade, o seguinte referia-se às dezenas e assim sucessivamente. Pelo Kipu, o
imperador tinha informações sobre a população, a administração e a economia. O
Kipu registrava tipos, quantidades de produtos armazenados, datas, número de
pessoas, animais e armazéns existentes no império. O nome do armazém e da
região representada, bem como outros detalhes, era memorizado por especialistas
treinados para essa tarefa. Durante a conquista da América, os espanhóis
queimaram milhares de Kipus, que certamente poderiam ter-nos revelado muito
sobre os incas e sua história.
Em
que direção caminhariam os incas, os astecas e os maias caso os espanhóis não
tivessem interrompido bruscamente sua trajetória? Isso é coisa que nunca
saberemos, mas de sua enorme capacidade de erguer cidades e viver em um meio
que apresenta desafios ninguém pode duvidar.
Boulos Júnior, Alfredo. História: sociedade & cidadania – Edição reformulada, 7º
ano – 2ª edição – São Paulo: FTD, 2012.
AULA 03 (24-07-2020)
ATIVIDADE DE APROFUNDAMENTO ASSUNTO:
ASTECAS, MAIAS E INCAS
- Identifique as principais fontes históricas
utilizadas para o estudo dos povos pré-colombianos.
- Comente a explicação do surgimento do povo asteca
através do mito e pelo relato histórico.
- Localize geograficamente a civilização asteca.
- Distribua a sociedade asteca em uma pirâmide.
- Identifique o papel de cada grupo social.
- Localize geograficamente a civilização maia.
- Caracterize os maias nos aspectos políticos,
sociais e econômicos.
- Localize geograficamente o território ocupado pelo
povo inca.
- Comente sobre a cidade de Machu Picchu.
- Leia o texto sobre o sistema de correio inca e
comente-o usando suas próprias palavras.
- Caracterize os incas nos aspectos econômicos e
sociais.
- Caracterize os ayllus.
- Caracterize a mita.
AULA 05 (28-07-2020)
Instrução:
1. Leia com
atenção o texto a seguir.
2. Grife os
trechos mais importantes de reino ou império.
Impérios africanos
Por Ana Luíza Mello Santiago de Andrade
Graduada em História (Udesc, 2010)
Mestre em História (Udesc, 2013)
Doutora em História (USP, 2018)
Os impérios africanos foram
formações de Estado que abrangiam vários povos em uma só entidade. Esta
formação se dava normalmente por meio de conquistas. Foram numerosos e
importantes nas suas relações comerciais, políticas e culturais, e cabe-nos
conhecer um pouco mais alguns deles.
Império Axum
O Império Axum data de 100 d.C., com a fundação da
cidade de Axum. No século IV já eram o Estado de maior expressão do reino da
Núbia e, por conta das relações no Mar Vermelho – local de articulação entre populações
africanas e árabes – adotaram o cristianismo, que se espalhou em boa parte do
território sob o domínio romano, inclusive no Egito.
Este Império tinha como centro de poder a cidade de
Axum, ao norte da atual Etiópia. Ficava localizada num planalto, acima do nível
do mar e longe do litoral. Desta forma, tiveram um grande aproveitamento de
recursos minerais e desenvolveram o cultivo de cereais, como a cevada e o
sorgo, e o Tefé que até os dias atuais compõe a base da alimentação das
populações etíopes.
Próximo às comunidades agrícolas o poder era
centralizado e a construção de palácios, altares era comum. Além disso várias
foram as estátuas e obras de devoção encontradas. Vestígios deste Império
mostram que era uma sociedade complexa, hierarquizada e diversa, que tinha como
representante máximo o título de negus.
Império Zimbábue
O Império Zimbábue existiu entre os anos de
1200 e 1400, no litoral da África Austral, onde hoje estão localizados
Moçambique e Zimbábue. O território era povoado por populações do tronco
linguístico banto, conhecidos como shonas. Os vestígios materiais
desse império foram encontrados somente no século XIX e a principal marca
encontrada foi o Grande Zimbábue – ou Grande Casa de Pedra. Uma construção
enorme, complexa e que demonstra ostentação e poder.
Este Império ficou conhecido por seu grande número
de construções, que são testemunhos do poder alcançado por ele. Foi um poderoso
Estado com hegemonia na
região localizada entre os rios Zambeze e Limpopo.
Este Estado, poderoso e influente, atuava no
comércio de minérios e seus governantes recebiam o título de Mwene
Mutapa, o senhor das minas. Havia divisão social do trabalho bem
estabelecida, com artesãos especializados no trabalho com cobre e ferro,
ourives, escultores e tecelões.
Império Gana
Império Gana foi o mais antigo Estado negro que se
conhece, fundado no século IV, e conquistou uma grande área onde exerceu
dominação política e econômica, ao sul do que hoje conhecemos por Mauritânia,
Senegal e Mali. Foi um núcleo formado pelos povos conhecidos como soninkê.
Inicialmente Gana era o título dado ao governante
que atribuía sua soberania aos povos dominados. Gana conheceu seus tempos
áureos após 790, quando o poder esteve sob o controle da dinastia Cissê Tunaka,
exercido de forma matrilinear. Do século IX ao século XI a hegemonia de Gana
foi reconhecida.
A base econômica deste império baseava-se no recolhimento
de tributação, imposta aos povos conquistados e aos produtos que circulavam em
seus domínios. Além disso atividades de subsistência como a pesca, a pecuária e
a agricultura formavam parte importante de sua economia. Além de um poderoso
exército, os soberanos tinham também ao seu dispor uma gama variada de
funcionários.
A localização e seu poder hegemônico garantiam um
fluxo comercial contínuo, articulando saarianos e sul saarianos, ou seja,
conseguiam explorar uma importante região de comercio. Assim, do Norte vinham o
cobre, cauris (os búzios), tecidos de seda e algodão e o sal, que eram trocados
por marfim, escravos e ouro.
Com esta grande articulação comercial Gana
conseguiu se manter como império até o século XI, quando foram derrotados
diante de tropas de cavaleiros e muçulmanos do Marrocos que estavam em guerra
contra os pagãos, como o povo de Gana. Gana foi, portanto, a última barreira
para a entrada do Islã na região.
Com o declínio de Gana diversas disputas por
influência ocorreram entre estados menores, paralelos e independentes, no
século XII. Um desses estados era formado pelo povo conhecido por sosso, de etnia Soninke.
Foi por meio das armas que estes se impuseram e alcançaram hegemonia no século
XIII.
O Império Mali era formado por povos presentes na
região situada entre o Rio Senegal e o Rio Níger. Dentre esses povos o mais
importante eram os mandingas, conhecedores do Islã desde o século XI. Mas, além
deles, outros povos formavam este império, como os soninkês, os fulas, os
sossos e os bozos.
Sundjata Keita foi o maior representante do Império
Mali, e estendeu sua autoridade para unidades políticas próximas, formando um
estado unificado e hegemônico até o século XV.
A hegemonia do Mali na África Ocidental ocorreu por
alguns importantes fatores, como a formação de um exército poderoso, o controle
na extração do ouro e a existência de uma administração eficiente. Esses pontos
fizeram do Mali um dos impérios mais bem-sucedidos do continente africano.
Seu representante supremo era chamado de Mansa, e
residia na cidade de Niani, ao norte da atual República da Guiné. O apogeu da
dinastia Keita ocorreu no século XIV, durante o governo de Kankan Mussa, o
Mansa Mussa.
No final do século XIV o império enfrenta
dificuldades em manter uma área tão grande e entra em processo de declínio.
Império Songai
O Império Songai está relacionado com a cidade de
Gao, localizada na curva do Níger. Esta cidade foi um importante centro
comercial, político e econômico, com poder militar de arqueiros que se lançavam
ao Rio Niger.
Até o século XIV Gao estava sob o poder do Império
Mali, mas no século XV conquistaram Tombuctu, um importante centro do Islã e
ponto fundamental do comércio pelo Saara. É neste momento que ocorreu a formação
do Império, num processo de expansão militar, liderados por Sonni Ali, que além
de tomarem Tombuctu, conquistam também Djenné. Tinham práticas religiosas politeístas
e aprimoraram as experiências do império que os sucedeu – o Mali, incorporando
elementos dos impérios anteriores.
Exploravam ouro, sal e cauris e estabeleceram uma
unificação de pesos e medidas que facilitava a cobrança de impostos e as trocas
comerciais. Com uma grande extensão territorial, o Imperio Songai tinha um
comércio bem organizado e um sistema de governo centralizado. Eram divididos
entre uma elite e a população geral e suas cidades mais influentes eram
Tombuctu, Djenné e Gao.
Referências: MACEDO, José Rivair. História da
África. São Paulo: Contexto, 2013
AULA 06 (31-07-2020) – ATIVIDADE
1.
Caracterize
economicamente a cidade de Axum.
2.
Sobre o
Império de Axum o que diz o 3º parágrafo?
3.
Descreva
a importância econômica do Império Zimbábue.
4.
Descreva
a base econômica do Império de Gana
5.
Comente
sobre a importância da localização do Império de Gana.
6.
Faça um
resumo do Império do Mali retirando trechos mais significativos
7.
Faça um
resumo do Império do Songai retirando trechos mais significativos.
AULA 08 (04-08-2020) – INTRODUÇÃO AO MUNDO GREGO
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=DsWvh7GbrRM
Após assistir
ao vídeo, faça um texto no seu caderno, relatando o que você aprendeu sobre o
assunto: GRÉCIA ANTIGA
AULA 09 (07-08-2020) – Roteiro para análise do
texto complementar
O(A)
ALUNO(A) DEVERÁ:
1. Perceber na construção da
história da civilização grega a
influência do aspecto físico geográfico do território.
2. Estabelecer uma relação entre a
guerra de Tróia e as obras de Homero (Ilíada e Odisseia).
3. Refletir sobre o nascimento da
ideia de cidadania.
4. Perceber a situação da mulher na
Grécia antiga.
5. Caracterizar o escravo na Grécia
antiga.
6. Conhecer a democracia ateniense.
7. Comparar Atenas e Esparta nos
aspectos políticos, sociais e educacionais.
8. Perceber a situação da criança
espartana.
9. Reconhecer a importância da cultura
grega para o Ocidente e refletir sobre a permanência das criações gregas no
presente. (Exemplo: Jogos Olímpicos, Teatro, Filosofia, Democracia etc).
Obs.: O(a) aluno(a) deverá grifar no texto ou
copiar no caderno os trechos indicados no roteiro de estudo.
TEXTO COMPLEMENTAR – O
MUNDO GREGO E A DEMOCRACIA
A Grécia antiga localizava-se em sua
maior parte no sudeste da Europa e abrangia três importantes regiões: a Grécia
Continental, situada ao sul da Península Balcânica; a Grécia Insular, formada
pelas ilhas dos mares Egeu e Jônio; a Grécia Asiática, estreita e longa faixa
de terra situada na Ásia Menor.
A
Civilização Cretense
A ilha de Creta foi o berço de uma
civilização antiga que muito influenciou a dos gregos. Por volta de 2000 a.C.,
os cretenses produziam cereais, criavam gado e também aproveitavam dos recursos
que o mar oferecia. A sociedade cretense organizava-se em torno de palácios
governados por reis que abasteciam seus celeiros com os impostos que cobravam da
população. Entre os palácios cretenses, o mais rico e conhecido era o de
Cnossos.
Os cretenses tinham um sistema de
escrita, a Linear A, que ainda não foi decifrado; por meio dela soube-se, no
entanto, que eles não eram gregos. Por volta de 1450 a.C., Creta, que tinha
sido abalada por uma catástrofe natural, provavelmente um terremoto, foi
conquistada pelos aqueus.
A
Civilização Micênica
Os aqueus ocuparam, inicialmente, a
Península do Peloponeso, no sul da Grécia, onde fundaram várias cidades, entre
aas quais Micenas; daí o nome dada a sua civilização. Por meio da navegação, os
aqueus entraram em contato com os cretenses, de quem assimilaram conhecimentos
que, depois, usaram para dominá-los e assumir a liderança comercial nos mares
da região.
O principal centro de poder e
riqueza dos aqueus também era o palácio. Só que os palácios aqueus eram murados
e construídos no alto de colinas. O principal deles era o palácio de Micenas,
onde foram encontradas tabuinhas com a escrita criada pelos aqueus, a Linear B.
Ao decifrá-la, em 1953, os estudiosos descobriram que era um ramo do grego
antigo.
Por volta de 1200 a.C., os palácios
aqueus foram destruídos; mas não se sabe por que isso aconteceu. Sabe-se,
porém, que quase nessa mesma época os jônios, os eólios e os dórios, três povos
aparentados com os aqueus, penetraram a região. Aqueus, jônios, eólios e dórios
deram origem aos antigos gregos.
Com a destruição dos palácios aqueus
teve início o período homérico (1200 a 800 a.C.). Boa parte do que sabemos sobre
os gregos desse período deve-se às informações contidas em dois longos poemas:
A Ilíada e a Odisseia. Hoje se sabe que esses poemas vinham sendo cantados por
várias gerações de poetas e cantores populares e podem ter sido escritos por um
ou mais poetas.
O
cavalo de Troia
A Ilíada narra a Guerra de Troia
(Troia, em grego, é Ílion; daí Ilíada); a Odisseia narra as aventuras do herói
grego Ulisses em sua viagem de volta a sua ilha natal, Ítaca, na Grécia
(Ulisses, em grego, é Odisseu).
O episódio da guerra de Troia
apresentado a seguir encontra-se na Ilíada.
Certo dia, Páris, o rei de Troia,
raptou a belíssima Helena, esposa do rei de Esparta, uma cidade grega. Diante
disso, os gregos se lançaram contra Troia dispostos a trazer Helena de volta.
Para surpresa dos gregos, porém, os troianos resistiram. Com isso, o cerco da
cidade de Troia se arrastou por 10 longos anos.
Os gregos já se encontravam exaustos
quando Ulisses teve uma ideia, que seus companheiros puseram em prática
imediatamente. Os gregos construíram um enorme cavalo de madeira, esconderam-se
dentro dele e o abandonaram a poucos metros das portas de Troia.
Sem desconfiar de nada, os troianos
pegaram o imenso cavalo e o colocaram para dentro dos muros de sua cidade.
Felizes com o “presente”, festejaram até
altas horas. De madrugada quando todos os troianos dormiam, os soldados gregos
saíram de dentro do cavalo e abriram as portas de Troia para os seus
companheiros. Tudo como Ulisses havia planejado. Graças a isso, conta a Ilíada,
os gregos venceram os troianos, e a Guerra de Troia chegou ao fim.
Os
genos
Com a destruição dos palácios e o fim do
poder dos reis, a população passou a se organizar em comunidades, chamada em
grego de gene (plural de genos). O genos era uma grande família ( pais, primos, avós etc.), seus dependentes
e seus bens, como casas, terras e animais. Seus membros produziam geralmente apenas para subsistência
e acreditavam ser descendentes de um mesmo ancestral, fosse ele um homem ou um
deus.
Com o passar do tempo, o chefe do
genos mais poderoso tornou-se rei e governava os diversos grupos familiares. Sempre
que o rei ia tomar uma decisão importante, consultava uma assembleia de guerreiros
saídos desses grupos. A existência dessa assembleia formada por guerreiros com
igual poder de decisão deu origem à cidade-Estado ou pólis, como chamavam os
gregos.
A cidade-Estado era um centro
político e geográfico independente; cada cidade tinha seu governo, sua moeda e
seus deuses. Atenas é a cidade sobre a qual temos mais informações.
Os
gregos e suas “colônias”
Na Grécia, a partir do século VIII a.C.,
o uso do ferro na fabricação de pás, enxadas e demais instrumentos agrícolas
levou a um aumento na produção de alimentos e a população passou a crescer em
ritmo acelerado. Consequentemente, começaram os conflitos por terra entre os
membros dos gené. Como a divisão das terras era feita com base no grau de
parentesco ou no prestígio, uns ficaram com muitas terras; outros, com poucas;
e muitos, sem terra.
Havia pequenos proprietários que não
conseguiam esperar o tempo necessário ao crescimento das árvores que plantavam;
com isso, contraíram dívidas, e, não podendo saldá-las, se tornavam escravos
dos grandes proprietários. A falta de terras férteis e a escravização por
dívidas estimularam muitos gregos a buscar novas terras em regiões distantes.
Os gregos então fundaram dezenas de novas cidades (as colônias) na orla do mar
Mediterrâneo.
No mundo grego havia um grande
número de cidades-Estado, como Atenas, Esparta, Tebas, Mégara, Corinto e
Mileto. Vamos destacar duas delas: Atenas e Esparta, dois modelos de cidade bem
diferentes.
Atenas,
berço da democracia grega.
Atenas foi fundada pelo jônios, por
volta do século X a.C., em uma colina, a poucos quilômetros do mar. Como a
região possuía bons portos naturais, os atenienses, desde cedo, voltaram-se
para a pesca, a navegação e o comércio marítimo.
Inicialmente, Atenas tinha um rei,
mas o poder de fato estava nas mãos da aristocracia ateniense: os eupátridas,
que em grego quer dizer “bem-nascidos”. Somente eles podiam ocupar caros
públicos. Insatisfeitos com essa situação, os artesãos, comerciantes e soldados
passaram a exigir participação na vida política da cidade; já os camponeses
queriam o fim da escravidão por dívidas.
Para contornar a situação, em 594
a.C., o legislador Sólon efetuou uma reforma que:
a)
Suprimiu
a escravidão por dívidas entre os cidadãos atenienses;
b)
Dividiu
os cidadãos em quatro categorias, de acordo com o grau de riqueza agrícola.
Dessa forma, os privilégios que antes cabiam aos “bem-nascidos” passavam agora
a ser preservados aos mais ricos. O critério de riqueza substituiu o de
nascimento.
No entanto, apesar da reforma de Sólon,
a terra continuou nas mãos de poucos e a participação política manteve-se
reduzida. Com isso, os conflitos sociais continuavam violentos.
A
democracia
A partir de 508 a.C., o político
Clístenes promoveu uma série de reformas populares que asseguravam a soberania
do povo no governo da cidade; nascia assim a democracia ateniense. A palavra democracia é a junção de demos (povo) kratos (poder), isto é, poder do povo. Os principais órgãos da
democracia ateniense eram:
·
Assembleia do Povo (Eclésia), que votava as leis, escolhia
os magistrados, decidia em que gastar o dinheiro público etc. Dela faziam parte
todos os cidadãos de Atenas, isto é, todos os homens com mais de 18 anos e
filhos de pais atenienses.
·
Conselho dos Quinhentos (Boulé),
formado por 500 cidadãos escolhidos por sorteio anualmente. Com isso, tanto os
ricos quanto os pobres tinha a mesma
chance de ser eleitos. A função do Conselho era preparar os projetos para serem
votados pela Assembleia do Povo. Os projetos aprovados eram postos em prática pelos
estrategos: 10 cidadãos eleitos por um ano. Assim, todos os cidadãos – não importando a profissão nem a situação
financeira – podiam participar diretamente do governo; daí dizer-se que a
democracia ateniense era direta e aberta a todos os cidadãos.
Clístenes criou também o ostracismo, que consistia em expulsar
da cidade por 10 anos qualquer
pessoa
que parecesse representar uma ameaça à democracia.
Não se pode esquecer, no entanto,
que a democracia ateniense não era para todos. Os escravizados, as mulheres e
os estrangeiros não eram considerados cidadãos e, portanto , não tinham o
direito de participar da política.
O
século de Péricles
A partir de 450 a.C., sob a liderança de
Péricles, a democracia ateniense foi aperfeiçoada: criou-se um Tribunal Popular
para julgar toda espécie de causas. Nesses tribunais, o próprio júri fazia o
papel de juiz, isto é, dava a palavra final. Era composto de 6 mil cidadãos.
Para que mais pessoas pudessem participar da Eclésia, Péricles instituiu uma
remuneração, permitindo que os mais pobres deixassem suas ocupações por um
tempo para participar da política. Além disso, promoveu a reconstrução da parte
alta de Arenas, destruída pelo persas. O tempo em que Péricles liderou Atenas
ficou conexo como “O Século de Péricles”.
Escravos,
mulheres e estrangeiros
Apesar do fim da escravidão por dívidas,
o número de escravizados em Atenas continuou grande, pois os homens ricos
passaram a comprar cativos de outros lugares como, por exemplo, do Egito. Os
escravizados faziam vários tipos de tarefas: os homens cuidavam do gado,
carpiam a terra, plantavam, colhiam; já as mulheres moíam grãos, fiavam,
teciam, cozinhavam e cuidavam das crianças e da casa de seus donos.
As mulheres atenienses eram sempre
dependentes de um homem. Até o casamento, seguiam os hábitos da casa do pai;
uma vez casadas, os do marido. Elas cuidavam dos seus serviços domésticos e
aprendiam com as mães e avós a cozinhar
e a tecer. As jovens ricas viviam fechadas nos aposentados destinados às
mulheres (gineceu), e tinham criados e
escravas. Já as mulheres, além do trabalho doméstico, ajudavam seis maridos
fora de casa. A mulher do pescado, por exemplo, vendia peixe que o marido
pescava.
Os estrangeiros, chamados de metecos em Atenas, dedicavam-se,
sobretudo, ao comércio. Seus filhos, netos e bisnetos continuavam sem direito à
cidadania ateniense.
Esparta
Esparta era muito diferente de
Atenas, a começar pela localização. Estava situada na Península do Peloponeso,
entre altas montanhas, e não tinha saída para o mar. A cidade foi fundada pelos
dórios, que, depois de conquistar os povos vizinhos, os submeteram ao seu
domínio. Desde o começo de sua história. Esperava mais parecia um acampamento
militar.
Por volta do século VIII a.C., a
sociedade espartana estava dividida em três grupos sociais.
Os espartanos descendiam dos dórios; eram grandes proprietários e os
únicos que podiam ocupar cargos políticos e militares.
Os periecos eram descendentes de povos conquistados e dedicavam-se ao
artesanato, ao comércio ou ao cultivo de uma pequena propriedade.
Os hiotas executavam trabalho forçado para os cidadãos e para governo
de Esparta. Sabe-se que os hilotas se revoltavam com frequência.
Político
em Esparta
O governo espartano era bem
diferente do ateniense, e seus principais órgãos eram:
·
A Ápela: assembleia da qual participavam
os cidadãos (isto é, espartanos com 30
anos ou mais). Votava sem discutir as propostas da Gerúsia.
·
A Gerúsia: conselho formado por 30
anciãos, com mais de 60 anos, chamados gerontes, do qual faziam parte dois
reis. Eles propunham leis, decidiam se a cidade devia ou não participar de uma
guerra, julgavam crimes.
·
Eforato: órgão formado por cinco membros (éforos),
eleitos por um ano. Os éforos punham em prática as decisões da Gerúsia.
Por essas características, o governo de
Esparta pode ser definido como uma governo exercido por uma minoria.
n Referência
bibliográfica: JÚNIOR, Alfredo. Coleção História: Sociedade & Cidadania.
6º ano. São Paulo. FTD, 2012. p. 203-213.
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